É isso mesmo: tanta mudança ortográfica em meu já alentado horizonte de vida que achei que jogar fora dicionários e livros amados (leitura literária e técnicos) é escandaloso. E não me refiro aos meus, mas os das milhares de bibliotecas deste país que não lê o suficiente.
Como já falei recentemente, nos outonos, muitos deles, dou-me o prazer de reler as obras de Érico Veríssimo. Acabei de ler, neste afã, o primeiro volume de O Retrato, edição de 2012 da Editora Schwarcz, de São Paulo (Companhia das Letras).
Pois não é que, senão, quando, li na página 112:
Martyr: Pessoa que padece martyrio pela fé. fig. Que padece por qualquer causa: v.g. martyr de esperanças, cuidados, receios, invejas, etc. "o galante martyr dos taes sapatos, que lhe apertavão os dedos". "Velha vaidosa [...] o corpo uma saca de lã [,,,] martyr de um espartilho, capaz de a fazer apoplética [...]" (Os colchetes e reticências estão no original.
Aproveitei e me tornei apoplético com tanta mudança. Só pode ter explicação na teoria da grande conspiração.
DdAB