Nunca fui tão velho quanto hoje!
Seu caráter científico, uma incógnita científica, reside também no fato de que até hoje ninguém conseguiu calcular o fatorial de "hoje". Um louco furioso do Hospital São Pedro (não confundir com o St. Peter's College) disse que calculou as setecentas bilhões de casas deste fatorial e ainda hoje vai divulgar uns 10 ou 20 bilhões.
Aceitando estes pródromos, passo ao passo substantivo. Por falar em St. Peter's College, todos sabemos que estou referindo o college que me acolheu para o doutorado com a orientação do late mr. Andrew J. Glyn. E que, anos depois de titulado, dei-me conta de que meu diploma de Doctor of Philosophy não era do mesmo naipe de meu nível de conhecimentos de filosofia, ou vice-versa. Esta constatação levou-me a começar e prosseguir lendo livros de introdução à filosofia. Já li uma pilha respeitável, tanto é que instalou-se em minha mente uma bruta duma neurose que não posso ver um livro com um desses títulos ou algo parecido que já vou metendo a mão na carteira e o comprando.
Assim foi que fiz com
MARCONDES, Danilo (1997, 2007) Iniciação à história da filosofia; dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar.
E não é que não é que não apenas encontrei lá um enunciado antigo da versão científica do Primeiro Teorema da Idade? Naturalmente a conceituação de científico que uso não é científica, em geral, mas apenas para mim e um velho texto (não lembro qual, embora lembre as circunstâncias e um dia falarei delas) que afirma que a letra redonda torna tudo mais sério, mais... científico.
Na página 188, o autor está falando em David Hume:
[...] Não há como nos representarmos o pensamento puro, independente de qualquer conteúdo. Para Hume, jamais posso apreender a mim mesmo sem algum tipo de percepção [...]. O 'eu' (self), portanto, nada mais é do que um feixe de percepções que temos em um determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. Não somos agora o mesmo que fomos algum tempo atrás, nem o mesmo que seremos dentro em pouco, pois a cada momento novas percepções são acrescentadas ao feixe, e outras empalidecem ou desaparecem. [...] (Ênfase adicionada)
Definindo "o mesmo que fomos algum tempo atrás" como St-1 (ou seja, nosso ser no tempo t-1), St (nosso tempo agora) e St+1 (nosso ser agora no tempo t+1, maior que t-1), somos forçados a concluir que
St-1 < St < St+1,
ou, se quisermos deixar mais claro que "nunca fui tão velho quanto hoje", diremos que
St+1 > St > St-1. (cqd)
Nenhum comentário:
Postar um comentário