06 novembro, 2019

Zero Hora Dá uma Dentro na Bahia



Na página 10 do jornal Zero Hora de 5 de novembro de 2019, a colunista Carolina Bahia escreveu algo interessante e até inovador super intrigante. Literalmente: 

FORMA 1: Carolina
É zero a chance de progredir o debate da reforma administrativa ainda este ano.

Observemos! Deve desagradá-la escrever seguindo aquela mania de alguns (eu mesmo já reli textos meus usando a forma condenada por Cláudio Moreno) redigir: 

FORMA 2: ~Moreno (entre parênteses: eu quis dizer que vemos agora o não-Moreno)
É zero a chance de o debate da reforma administrativa progredir ainda este ano.
A profa. Iracema de Alencar (no 'Julinho' em 1965) dizia que o bom estilista não falaria nem de um jeito nem de outro, escrevendo apenas: 

FORMA 3: Iracema
É zero a chance de que o debate da reforma administrativa progrida ainda este ano

Se bem entendo, o que aconteceu é que, nesta última, trocou-se a forma nominal pela forma verbal. E eu, que ficara atrapalhado inúmeras vezes ao ver meu ouvido chamar ora uma daquelas formas, ora a outra, procurava a solução da profa. Iracema, mas vejo que a versão da Carolina também contorna aquela questão do "de + a" não virar "da". O prof. Cláudio Moreno, consagrado mestre do ensino de português da cidade de Porto Alegre e também (como Carolina) cronista do jornal Zero Hora, diz que a forma "de + a" não deve ser usada na escrita e, no caso da fala, nem pensar, proibida em absoluto.

DdAB
P.S. Como sabemos, volta e meia dirijo-me a este jornal como Zerro Herra, não exatamente por seus acertos de forma ou conteúdo.
P.S.S. Nota bene: a imagem que selecionei, depois de alguma busca, tem aquele "duma", de + uma, é uma forma que não usamos contemporaneamente. Mas, além do velho Camilo, também -posso jurar- Érico Veríssimo assim fazia.
P.S.S.S. Precisamos finalizar a questão com um parecer do prof. Conrado de Abreu Chagas. Vou pedir.
P.S.S.S.S. Já que falei em Carolina Bahia e peguei aquela foto que presumo ser de Camilo Castelo Branco, não posso negar que me lembrei do velho Ruy Barbosa, aquela controversa personagem da vida nacional.

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