18 agosto, 2018

Haddad Dará de Dez

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Querido diário:

Primeiro devemos notar que, a partir das eleições de 2014, não ficou claro qual é a percentagem que um candidato a presidente da república deve alcançar, a fim de ser declarado vencedor da eleição e, como tal, ser deixado em paz, a fim de cumprir seu mandato. Eu pensava que 50% + 1 voto daria a vitória a um deles e consagraria a derrota do outro. Ledo engano, pois o play-boy Aécio Neves alcançou a cifra de 48,36% e foi declarado vencedor. A presidenta Dilma Rousseff enfrentou oposição dele e -lamento sugerir- do próprio PT e, como tal, a república entrou num surto autoritário que a tornou acéfala, pois Aécio não foi empossado e Dilma o foi, mas ninguém levou esta investidura a sério.

Segundo, hoje entendo que, depois de ser preso em um processo que as gerações futuras vão estudar nos livros de história do Brasil como uma farsa, Lula acedeu às ideias defendidas neste blog de lançar seu candidato a vice-presidente (em sua chapa) e mostrar à sociedade seu plano de governo. O candidato, finalmente, veio a responder pelo nome de Fernando Haddad. E que esperar dos resultados eleitorais, comparando a votação de Fernando Haddad no segundo turno com a de Dilma? Será: Haddad deu de dez!

Terceiro: não nos iludamos. O Brasil não tem partidos políticos, termo usado na teoria política tradicional. Aqui há, como em tudo o mais, adaptações do mundo ligado na decência para este mundo perdido, eivado de desigualdade e, como tal, injustiça, injustiças. E o PT, o Haddad, o Presidente Lula? Não poderemos falar em decência decente, enquanto não passar meu medo de que um aliado importante na eleição que se avizinha for o Renan Calheiros (cheguei a temer que ele fosse o candidato a vice-presidente, ao invés de Fernando Haddad). O jornal Zero Hora, na edição de 18 e 19 de agosto, em sua página 9, mostra um grafo devastador. Dando-lhe a forma de tabela, chegamos à que segue:

Alianças entre os cinco maiores partidos políticos do Brasil para as eleições de governador de 2018









Partidos PDT PP PSDB MDB

PP 10 -



PSDB 0 11 -


MDB 0 9 5 -

PT 9 8 0 4








O que magoou-me como "faca me escavacando" (é o velho Drummond) foi observar que o PP é aliado do PT em oito (eu disse OITO) estados. Conforma-se a tese de que nossos partidos não existem, ou melhor, nossos partidos são deles. Nossos partidos não têm coerência ideológica. Para não falar nos ladrões que estão infiltrados em todos, todinhos, os partidos nacionais.

Em compensação, Zerro Herra, sempre ela, tem mais um atentado à lógica divertido, pois mostra o ódio a Lula, num nanico de R$ 3,50. Uma vez que Haddad dará de dez, essas incoerências lógicas dos inimigos do povo são mais divertidas. É que a cronista Rosane de Oliveira tem mais ideologia do que coerência inter e intra-artigos. No caso de hoje, pelo menos uma incoerência ideológica, numa nota com foto da manifestação popular em Brasília pressionando para Lula ser candidato. Citemos trechos da página 10 do jornal de 16.ago.2018:

BARULHO DE TAMBOR
  Na prática, o PT fez o primeiro comício da campanha, um dia antes do prazo legal, a pretexto de marcar o registro da candidatura de Lula a presidente da República.
[...]
   Faz parte dessa estratégia começar a campanha com Haddad circulando pelo Nordeste, território onde Lula ainda é rei.
[...]

Segue-se logicamente se houve um comício, o primeiro, na prática então também houve um começo que é o pri-primeiro, pré-primeiro, ou o bi-primeiro, tenho que pensar um pouco mais antes de definir.

Eppur si muove.

DdAB

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