30 março, 2018

Um Dicionário Mnemônico e Internacionalista


Querido blog:

Tenho um monte de coisas divididas em três partes. Não são muitos os meus amigos que gostam do jornal Zero Hora - que eu leio regularmente. Mas há um subconjunto de bípedes pensantes que não gosta de quem lê Zero Hora, o que dá assunto para uma postagem inteira, o que -after all- não farei (E alguns odeiam meus anglicismos).

Eu sou um leitor voraz (ver glossário na terceira parte), preparando-me para uma postagem listando as dezenas de livros que estou lendo simultaneamente. Já fiz tal balanço aqui e aqui. Quando nada tenho para ler -por sugestão da profa. Iracema de Alencar em 1965- leio até bulas de remédio: dimetil-fenilamina-dimetil-pirasolona.

Circunstâncias aziagas (ver glossário) de minha vida familiar distanciaram-me de minha estante real. E, onde me encontro, encontrei-me com

HAILEY, Arthur (c.1962) O primeiro ministro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. (Título original: In high places, mesma segunda parte do livro de Jeremy Paxman's Friends in high places.[Estante Virtual aqui],

que ficou provado que agora apenas o "reli" e não foi "li". E falo nele por causa da observação da segunda parte. Mas, pela ordem alfabética, primeiro vem em primeiro, segundo vem em segundo e apenas em terceiro é que encontramos terceiro. Então vamos ao primeiro.

PRIMEIRO
A prova que reli o que já lera está na seguinte passagem, presente em minha memória, diferentemente das demais páginas do livro. Na p. 133, lemos:

-O senhor apanhou uma gripe feia- disse Alan.
-Atchim! É o país de vocês... úmido e frio. Na minha pátria, na Suécia, faz frio também, mas o ar é afiado como uma faca. [...]

Tá provado: sempre pensei no Canadá como um país frio e úmido e na Suécia como frio e seco.

SEGUNDO
E na página 248 tem um "não obstante" internacionalista:

-Não obstante - observou o Presidente, - o curso da história será mudado, quer o dirijamos ou não. As fronteiras não são imutáveis, Arthur, nunca foram na história da humanidade. Tôda fronteira que conhecemos mudará ou desaparecerá com o tempo, tanto a do Canadá como a nossa própria, quer aprecemos o processo ou não. As nações podem durar um século ou dois e até mais; mas no fim deixarão de existir para sempre.

Não obstante tá cheio de gente que não consegue entender isto nem 50 anos depois da redação do livro. Quando eu digo que a esquerda deve começar sua declaração de princípios com a "luta pela implantação do governo mundial" redarguem que não sou patriota, o que, obviamente, é verdade. Nem reacionário!

TERCEIRO
Tenho o glossário retirado do dicio.com.br. A maior parte das palavras não era nem é de meu domínio, mas se origina do livro, como é o caso de "abeto". Um número menor originou-se de ideias sobre palavras que me foram ocorrendo à medida que a leitura ia avançando, como é o caso de premonitório, já que o livro fala na até então desconhecida admonitório. Por fim, enxertei algumas outras que sempre me intrigaram, como é o caso de gelosia. Onde me encontro não tenho disponível meu Webster de cinco quilos, que me faz falta, pois nossas palavras de origem latina em bom número encontram-se na língua inglesa (meio alemão, meio francês e meio latim), e o Webster dá o radical latino e até o ano de ingresso na língua de William Shakespeare e James Meade. E como vim parar neste trabalhão para fazer esta postagem? É que, desde os tempos antigos de 1942, circula no Brasil a revista "Seleções do Reader's Digest", que me parecia um tanto direitosa e que não leio há 30 anos. Nos tempos em que li e que Aurélio Buarque de Hollanda estava vivo, ele produzia uma seção chamada de "Enriqueça seu Vocabulário". Re-a-der di-ges-te era a pronúncia infantil e menos ainda sabíamos que era o digestivo (resumo) do digestivo, pois deveria existir um Reader's Digest e suas seleções seriam a crème de la crème.

Abeto - Árvores coníferas da família das pináceas, de folhagem sempre verde. # Esse negócio de pinácea só pode ter a ver com pinheiro. Até escrever esta frase, não olhara no Dicio. Olha agora: 
Admonitório - Admoestação. # não sabia e evoquei premonitório, que diz o Dicio ser Sensação ou sonho daquilo que ainda pode acontecer; suposta visão do que pode ocorrer; palpite ou pressentimento.
Algaravia - Modo de falar dos árabes da Península Ibérica.Confusão de vozes.Qualquer coisa dita ou escrita confusamente. # sempre soube que algaravia era isto mesmo, mas agora, ao lê-la, pensei que um número expressivo de palavras de nossa língua começado com "al" tem origem no árabe. É o caso de almanaque.
Anete - O arganéu da âncora, onde se fixam as amarras, viradores etc. # Araganéu? É "argola ou anel da âncora, onde se amarra o cabo; argola em que se prendem as cordas da artilharia." Pois então: artilharia: "Uma das armas principais dos exércitos de terra e mar, encarregada da manipulação dos projéteis e de seus meios de lançamento."
Apodo - s.m. Alcunha; comparação ridícula. Zombaria, mofa. # Tem também "apôdo" com o mesmo significado. E "ápodo" que, digo eu, na linguagem de hoje é "zoar".
Avuncular - adjetivo Que se pode referir tanto à tia quanto ao tio; que possui qualquer tipo de relação com o tio ou tia: poder avuncular. # Parece que eu já conhecia esta palavra, mas não lembrava do significado. Parece que a encontrei há poucos dias, ao ler o iniciozinho do "Solo de Clarineta". Não sei por que lembrou-me de "nepote" em italiano, que é sobrinho e neto, tudo junto... No Dicio, lemos: "Sobrinho do papa. Valido, favorito, protegido de alguém." No Brasil, claro que "nepotismo" tem tudo a ver com a ladroagem pregada como virtude pelos políticos e juízes.
Aziago - adjetivo Que anuncia ou faz recear calamidade, azar. De mau agouro, infausto. # Esta palavra eu sempre a soube, só que agora fui ao Dicio...
Baldaquino - s.m. O mesmo que baldaquim. Espécie de pálio ou dossel.Obra de arquitetura ou de marcenaria, que serve de coroa a um trono, a um altar. # Pois faltaram pálio e dossel. Pálio: "s.m. Capa; veste colocada sobre a roupa; manto grande. Religião. Tipo de faixa, branca de lã, bordada com cruzes negras,..." e Dossel: "substantivo masculino Construção e armação saliente, forrada, franjada, que se coloca como enfeite sobre altares, tronos, camas etc.; sobrecéu, baldaquim.Lençol suspenso, preso à parede ou sustentado pelos pés da cama.Qualquer cobertura ornamental constituída de verdura, flores etc.[Figurado] Cobertura que se forma pelo encontro das copas das árvores.[Arquitetura] Proteção de estátuas colocada no interior de igrejas ou para salvaguardar o púlpito.Parte traseira de uma cadeira, um banco ou de uma cama; espaldar." B * A = Bah!
Caixilho - substantivo masculino. Moldura, geralmente de madeira, para vidros: os caixilhos de uma janela.A moldura de um quadro. #Lá adiante, creio agora que inspirado por esta moldura (hehehe), pensei em gelosia, que transcrevi no que segue. Depois que li, pareceu óbvio que já conhecia.
Cavilha - substantivo feminino Espécie de pino, de madeira ou metal, que serve para tapar orifícios ou prender chapas ou peças de madeira. Zoologia Apêndice ósseo de cada lado dos temporais dos animais cavicórneos, no qual se inserem os cornos. # e dá como sinônimo de "tarraxa", de meu conhecimento, atarraxar, que nunca tinha pensado ser com "x" ou "ch".E lá no Dicio tem "cavilar":
"verbo intransitivo Fazer uso de subterfúgio; utilizar sofismas etc.: o prefeito vive a cavilar.Atribuir uma falsa significação às palavras, deturpando-as de modo malicioso.verbo transitivo indireto. Zombar (de algo ou alguém) através do uso de sofismas: sempre preferiu cavilar das regras morais." Este sentido de cavilar como maldade eu já conhecia.
Contumélia - substantivo feminino Injúria, afronta, insulto. Fam. Mesura afetada, exagerada; salamaleque, ademanes. # Ademanes eu já conhecia, sinônimo de mesura afetada (hehehe). Mesura, bem sabemos, é fazer uma reverência. Salamaleque sei que vem do árabe e é parente do salamalan. Diz o dicio -e eu sabia e não lembrava- que quer dizer "a paz esteja contigo". Então este salamalan que não está nem no dicionário interno do blog (está sublinhado em vermelho) nem no Dicio juro ser "e contigo também".
Cordite - substantivo feminino Uma das primeiras pólvoras sem fumaça usadas para a propulsão de projéteis de artilharia. O nome origina-se da forma em cordel como é apresentada. Compõe-se de 30% de nitroglicerina, 65% de niatrocelulose e 5% de geléia de petróleo. O governo britânico adotou a fórmula original da cordite em 1887; ardia tão intensamente que o calor danificava os canos das armas. # Pensei que cordite fosse inflação das cordas, mas não errei  tão feio, pois fala-se em cordel...
Cornija - substantivo feminino [Arquitetura] Moldura que remata o entablamento de uma coluna. Ornatos salientes na parte superior de parede, porta, pedestal. # Preciso dizer mais? Só que me lembrei de "coluna salomônica", que ilustra a postagem de hoje e que tem a ver com um enigmático (para mim) galpão...
Gaiúta - substantivo feminino Náut. Cúpula, que cobre uma escotilha redonda. Cf.substantivo masculino De Aguiar, Diccion. de Marinha. Ext. Parte externa e accessória dos edifícios modernos, com a qual se resguardam as latrinas ou urinoes. # Eu jurara, antes de ler no Dicio, ser um termo náutico. Afinal, o romance de Arthur Hailey conta a história de um passageiro clandestino num navio. O livro é de cerca de 1962 ou mais, mas super antes das duas mudanças ortográficas que testemunhei em minha triste vida de residente num país de baixo zelo pelas instituições. Como já andei afirmando: o que me impede de ler Camões não é a grafia arrevesada daqueles poetas de antanho, mas a semântica.
Gelosia - substantivo feminino Rótula de fasquias de madeira com que se tapa o vão de uma janela; rótula, janela de rótula. # Só o Chico Buarque (aqui) para falar em "janela sem gelosia" na canção "Flor da idade". E tem até rótula e as fasquias. Vejamos. Rótula: "s.f. Grade de madeira de certas janelas e portas que deixa entrar luz e ar pelo intervalo das ripas entrecruzadas de que é feita;..." Fasquia - fasquias. f. Tira de madeira, estreita e comprida; ripa. Lasca fina e alongada tirada de um tronco. fasquías. f. Tira de madeira, estreita e comprida; ripa. Lasca fina e alongada tirada de um tronco. fasquiar v.t.d. Colocar tiras de madeiras em; aplicar fasquias em; ripar. Edificar ou construir com fasquias (tiras de madeira). Serrar... fasquio sm (der regressiva de fasquiar) 1 Porção de fasquias. 2 Madeira serrada em fasquias. # Acho que nunca vi, só "ripa".
Guano - substantivo masculino Adubo rico em fosfato e nitrogênio, proveniente de excrementos de aves, morcegos, ou fabricado com resíduos de peixes. Constitui um valioso fertilizante por ser rico em nitratos e fosfatos. Grandes colônias de aves como pelicanos, pinguins, procelárias, corvos-marinhos e alcatrazes deixam enormes depósitos desse material. # E eu que tenho uma amiga chamada Procelina. Então vejamos Procelária: Diciosubstantivo feminino Zoologia Gênero de aves palmípedes que, em bandos, prenunciam tempestade." E os palmípedes? Dicio: "adjetivo Que tem os dedos dos pés ligados por uma membrana." E tem Procélico no Dicio: "adjetivo[Zoologia] Diz-se da vértebra cujo corpo é côncavo adiante e convexo atrás."
Láscara - Lascara vem do verbo lascar. O mesmo que: falhara, quebrara, rachara, rascara.
Significado de lascar. Quebrar em lascas; tirar lascas de.[Brasil] Pop. Dar, aplicar: lascar uma bofetada. Fender-se. # Vemos que o Dicio não registra como proparoxítona.
Mnemômico - adjetivo Que se refere à memória; mnêmico.Que está em concordância ou de acordo com os princípios da mnemônica: trabalho mnemônico.Que pode ser utilizado para aumentar ou ampliar a memória; que facilita a memorização; diz-se dos mecanismos utilizados para desenvolver a memória (exercícios).Fácil de ser memorizado: sequência mnemônica. # Quando aprendi o significado desta palavra, dei urras, e urros, pois pensei que eu é que inventara  o método. Não lembro de tentativas da tenra infância, mas no terno primeiro semestre da faculdade, aprendi que os quatro fatores da produção listam-se como: salários, lucros, juros e aluguéis. Então pensei em JASL, meu cunhado José Antonio de Souza Leão. Depois tinha aquele OPP (que parece que era a sigla de "organização para-partidária", e o CCC (indigitado comando de caça aos comunistas), que traduzi como os seis itens de Henri Fayol: prever, planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Tá faltando Fayol no Brasil. Também pudera, se a lei do orçamento fosse cumprida, acabariam os roubos praticados pelos políticos e juízes.
Oca - # Não tá no Dicio, mas no Wikcionário: "cabana rústica construída por índios (brasileiros)". Eu sempre soube disto, mas não acreditava...
Padroado - substantivo masculino Direito de servir de protetor, adquirido por quem funda ou dota uma igreja. Direito de conferir benefícios eclesiásticos.Território onde se exercia esse direito.
Prímula - substantivo feminino Gênero de plantas herbáceas, da família das primuláceas, também denominada primavera. # Primavera? Aqui na Wiktionary temos a primula (paroxítona) vulgaris, uma belezinha.
Rabugento - adjetivo Que possui rabugem (sarna).[Figurado] Que demonstra mau humor; que não tem tolerância; que vive implicando ou se queixando de tudo; que é irritado ou ranzinza. # Rabugem = sarna? Olha Sarna no Dicio: "... sinônimo de: acariase, rabugem, gafa, morrinha, gafeira, pira, guloso, comilão, comichão,coceira, prurido, pereba, jereré, escabiose, curuba, coruba, ronha. Pira? Olha o que escrevi sobre "piroso" aqui. Ali eu falei em "azia", que até que é um tanto melhor que "sarna", não é? E agora, com esta de "gafa". Em espanhol é um sinônimo de "ante-ojos", óculos. No Dicio aqui, nada a ver. Claro que todo mundo achava que "rabugento" tinha a ver com quem tem rabo...
Rafeiro - adjetivo Diz-se de uma casta de cães próprios para a guarda de gado.substantivo masculino Esse cão. adjetivo Diz-se do indivíduo que acompanha sempre outro, vigiando-o e defendendo-o; capanga, guarda-costa. substantivo masculino Fam e pej Diz-se do que sempre acompanha outro, como o cão segue o dono.adjetivo e substantivo masculino Bajulador. # Eu pensava ser simplesmente sinônimo de cão. Cão, como sabemos, é a raça dos políticos e juízes.
Rancho - substantivo masculino Grupo de pessoas reunidas para determinado fim, especialmente em jornada: rancho de peregrinos.Grupo de soldados ou marinheiros que comem em comum. [Por Extensão] A alimentação que lhes é distribuída. Porção da comida de cada um. Abrigo à beira da estrada. Habitação pobre. Grupo de pessoas em festa. Conjunto carnavalesco, ou folclórico. Fazenda no Oeste americano. # As primeiras acepções eu as desconhecia, mas desconfiei pelo contexto do parágrafo que a mencionava no livro.
Rebuço - substantivo masculino Parte da capa destinada a cobrir o rosto. Parte do casaco, lapela.[Figurado] Falta de sinceridade, dissimulação, disfarce. Sem rebuço, sem rodeios, francamente. # Ao ler isto no Dicio, não estranhei.
Ruma - substantivo feminino Pilha, montão, rima. # E esta que "rima" é sinônimo de "pilha"... Pensei que pilha rimasse com filha... Fui lá de novo e vi que tem a ver com "arrimar", aquele negócio de muro de arrimo, muro de rima, então.
Saburro - s.f. Crosta esbranquiçada que recobre a parte superior da língua, como sintoma de certas doenças.
Sanefa - substantivo feminino Tira larga de tecido que se estende sobre a parte superior de uma cortina. # Acho que eu sempre soube isto de sanefa, só que quis hoje conferir.
Sienito - substantivo masculino Mineralogia Rocha eruptiva, de textura granular, formada de feldspatos alcalinos e anfibólios, com nenhuma ou pequena quantidade de quartzo.
Socapa - substantivo feminino Disfarce. Dissimulação. locução adverbial À socapa, disfarçadamente, dissimuladamente. # Também tenho na cabeça, mas não tem no Dicio a palavra "sucapa", neste mesmo sentido.
Supedâneo - substantivo masculino Banco pequeno utilizado para apoiar os pés; escabelo. Tipo de estrutura plana (de madeira) sobre a qual o padre fica de pé ao rezar missa. [Por Extensão] Que pode ser utilizado como suporte; pedestal. [Popular] Tipo de medicamento natural colocado sobre a sola do pé.
Tarimba - substantivo feminino Estrado de madeira em que dormem os soldados nos quartéis. [Por Extensão] Qualquer cama dura, inconfortável. [Figurado] Vida dos quartéis. [Brasil: Sul] Ter tarimba, ter muita experiência. #Estou com o Brasil: Sul: era o sentido de tarimba que eu conhecia e usava.
Voraz - adjetivo Que é capaz de devorar apressadamente e mastigando mal para engolir a maior quantidade possível; que não se sacia com facilidade; devorador: animal voraz. [Por Extensão] Que come de modo exagerado; comilão. [Figurado] Que acaba por arruinar ou destruir; destruidor: temporal voraz; doença voraz. [Figurado] Que demonstra muita ambição; ambicioso: o comportamento voraz do prefeito prejudica o município.substantivo masculino Uso Regional. Designação comum da abelha preta (Trigona clavipes) cujo corpo possui desenhos em amarelo, chegando a possuir até 6mm de comprimento; vorá. # Gostei de ver que "devorar" tem a ver com voraz, como é o que penso dos políticos e juízes.
Vuvuzela, vuvuleza - # Não tá no Dicio. Botei esta agora, pesaroso de estar terminando esta postagem. Aquelas terríveis cornetas usadas durante a copa do mundo da África do Sul. E que tem certa manha em minha cabeça: eu lia "vuvulêsa", até que ouvi "vuvuzéla" e, ao ler certo, a pronúncia de abrir o "e" tornou-se óbvio. Esta requer explicação do prof. Conrado de Abreu Chagas.
Zovidos - como é que será que eram todas essas coisas, se ouvidas no original em inglês do livro de 1961?

DdAB
P.S. Lição de Davi Chiaradia Freitas (do Facebook) para mim e para o resto do universo U* (o conjunto de todos os universos), com pequenas edições minhas baseadas na internet:
Uso de por que, por quê, porque e porquê (são apenas quatro formas: tudo junto: porque e porquê; separado: por que e por quê)
Porque (junto e sem acento) é utilizado em respostas.
Por que (separado e sem acento) se utiliza no início e meio das perguntas.
Exemplo: Por que você fez isso? Porque eu quis.
Por quê (separado e com acento) é utilizado apenas final da oração (pergunta).
Porquê (junto e com acento) é um substantivo masculino, sinônimo de motivo, razão, causa.
Exemplo: Você não está indo embora hoje por quê? Dê-me um porquê para eu me ir embora agora.

Olhei aqui:
VILARINHO, Sabrina. "Por que / Por quê / Porque ou Porquê?"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/por-que.htm>. Acesso em 30 de marco de 2018.
Existem várias formas de diferenciar a maneira exata de utilizar os porquês. Entenda em quais situações utilizar cada uma.
Por que, por quê, porque ou porquê: qual utilizar?
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.
Por que
O por que tem dois empregos diferenciados:
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)
Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.
Exemplo: Os lugares por que passamos eram encantadores. (pelos quais)
Por quê
Quando vier antes de um ponto (final, interrogativo, exclamação), o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.
Porque
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)
Porquê
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão).
E também aqui:https://revisaoparaque.com/blog/uso-dos-porques/
São quatro os porquês e podemos, para lembrar, organizá-los em duas duplas.
Uma dupla de "separados": por que e por quê.
Uma dupla de "grudados": porque e o porquê.
Memorizados quais são os porquês, vamos entender qual é o uso de cada um deles. Comecemos do mais difícil, que nem é tão difícil. Os outros são moleza.
POR QUE
1) O "separado e sem acento": por que. Ele tem três usos:
Para iniciar frase interrogativa. Sempre que estiver iniciando uma pergunta, faça com o "por que".
Por que ele veio?
Quando puder ser substituído por "por qual razão/ por qual motivo".
Não sei por que ele veio.
Quando puder ser substituído por "pelo qual" ou suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).
Ele não me disse os motivos por que (pelos quais) ele não veio.
POR QUÊ
2) O separado e com acento: por quê. Esse é barbadinha. Esse vem no final da frase, antes de ponto. É o porquê que todas as mães usam quando estão bravas.
Alfredo Alberto da Silva Júnior, o senhor ainda não foi para o banho por quÊÊÊÊÊ? Por quÊÊÊ?
PORQUE
3) O "grudado e sem acento": porque. Esse é explicativo, é o que mais usamos. É o porquê das frases para as namoradas (tadinhos dos meninos ^^). Sempre que pudermos substituir por "pois" ou por "uma vez que", por exemplo, é ele. Substitui, aí, para testar, na frase a seguir:
Eu ainda não havia ligado porque estava sem bateria.
PORQUÊ
4) O "grudado e com acento" vai vir sempre com o artigo. O porquê, um porquê. Ele funciona como substantivo:
Não entendo o porquê de ela ter jogado a gramática nele.
Eu também não sei, ela não me deu um porquê.
abcz

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