10 outubro, 2017

A União das Esquerdas: chegando ao consenso...


Querido diário:

Às 12h26min de 8.out.2017, a profa. Glaucia Campregher fez uma linda postagem em seu mural do Facebook conclamando a todos a dar sua contribuição para a união das esquerdas. E eu entrei de gaiato, suscitando meia dúzia de comentários. E faço outros comentários por aqui mesmo. Já sei o que quero falar, mas antes de fazê-lo decidi buscar uma ilustração para a postagem do blog. Pedi ao Google a expressão "união das esquerdas" e ele ofereceu-me "166.000 resultado". Não sei se isto é bom... O primeiro é um "grupo público" União das Esquerdas aqui mesmo no Facebook. Então procurei no motor de buscas esta expressão e houve poucos resultados. Depois voltarei a eles e verei o que fazer. Provavelmente nada...

Gostaria de destacar as propostas que ela fez, registrando a preocupação e pensando que talvez haja comunalidades entre o pensamento dela e o de meus leitores. Depois colocarei meu breviariozinho e farei alguns comentários adicionais talvez tentando racionalizar a milenar divisão.

Agenda montada pela profa. Gláucia:

Por que então estas forças todas não poderiam começar já uma discussão fraterna de como fazer isso? Como fazer para que a autonomia da PGR não sirva para o que tem servido? Como nos unirmos em torno da viabilização das propostas de fiscalização popular do judiciário? Como fortalecer a PF sem extrapolarmos o papel de seus delegados? Como fazer uma reforma política sabendo que não teremos ainda um congresso que a realize no sentido que queremos? Como parar a judicialização da política? Que as forças acima continuem com suas divisões que fazem sentido inclusive, a leitura de país não é a mesma, as propostas para a economia, não são, etc. Mas que se unam AGORA, e não num primeiro ou num segundo turno de uma eleição que sequer saberemos se haverá. Uma vez sentados à mesma mesa, talvez outros pontos comuns surjam.

Meu breviariozinho: andei dizendo e repetindo que minha proposta de agenda política é:

.a luta pela implantação do governo mundial
.b voto universal, secreto, facultativo, periódico e distrital
.c república parlamentarista.

Sobre a agenda econômica, vivo repetindo: 

.a política fiscal (impostos progressivos e despesas regressivas)
.b política monetária (crédito, crédito e ainda ais crédito para pequenos produtores)
.c implantação da renda básica da cidadania.

Pois tudo depende de definição de esquerda. Tenho argumentado que um ponto comum para nós, que desejamos um mundo diferente do atual, que nosso traço de união associa-se à construção de uma sociedade igualitária. Pois nem assim. Por razões de uso de mecanismos de defesa do ego, venho negando o que uma das legendas da esquerda, o velho aliado mr. John Kenneth Galbraith, obviamente um pensador crítico qualificado dos atropelos capitalistas, discursou contra a sociedade igualitária. Em seu livro 

GALBRAITH, John Kenneth (1996) A sociedade justa; uma perspectiva humana. 7ed. Rio de Janeiro: Campus,

que li apenas em 2009, ele não associa, isto é, distancia, sua concepção de sociedade justa daquelas de John Rawls ou de David Harvey (ver minhas postagens com estes nomes no motor de busca deste próprio blog). Quer dizer, não preza o igualitarismo. Na página 67, lemos bem no iniciozinho do capítulo 8, intitulado "A distribuição da renda e o poder":

A sociedade justa não almeja a igualdade na distribuição da renda. A igualdade não é compatível quer com a natureza humana ou com o caráter e a motivação do sistema econômico moderno. Como todos sabem, as pessoas diferem radicalmente no empenho em ganhar dinheiro, bem como na competência em fazê-lo. Além disso, parte da energia da iniciativa de que depende a economia moderna provém não apenas do desejo pelo dineiro, mas também do impulso por se esmerar em sua aquisição. Esse esmero é um teste da excelência social, uma grande fonte de prestígio público.

Não sei se Galbraith pensa que igualdade é sinônimo de identidade. E, com esta "cacetada nos cornos" (como se diz em Floripa) que levei do Galbraith, fiquei com a mente inquieta, a coluna indiscreta e o coração a arguí-lo...

DdAB

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