12 janeiro, 2017

As Luzes do Agente Decisor


Querido diário:

Volta e meia faltam-me luzes. Por exemplo, para entender os meandros da teoria da escolha social e sua parceira teoria da escolha pública. Em particular, o que faz as pessoas numa democracia representativa escolherem políticos como os brasileiros contemporâneos.

E, mais prosaicamente, hoje faltou-me luz, quando fui ao banheiro, com o intuito de aparar a barba. E aí é que me vieram reflexões, enquanto agente decisor, pois pratiquei uma ação intrigante. O banheiro é banhado (rsrsrs) com luz solar, luz da manhã, como é o caso no instante em que escrevo. Mas, como sabem os que gostam de "una afectada perfecta", a luz perfeita não é favorável do lado da sombra. O homem moderno corrigiu este viés da natureza, no caso, meu lado direito, com luz artificial.

Pois aí é que vem a história: acendi uma luz incidindo de cima para baixo sobre o espelho do banheiro. E, guloso, acendi a luz do próprio teto do banheiro. Vi que a primeira deu uma contribuição substantiva para a iluminação do jeito que a desejava, ao passo que a contribuição marginal da segunda foi modesta. Que fiz? Pensei na conta de luz e desliguei? Claro que não, pois nem pensara no assunto $$$, mas desliguei do mesmo jeito. Pão-durismo com os recursos sociais? Sei lá, acho que é mesmo o elogio do conceito de contribuição marginal, uma das maiores contribuições dos pensadores que viriam a ser designados como economistas, para o processo decisório humano.

DdAB
P.S. recusei-me a usar o marcador Besteirol, ainda que haja procedência...
P.S.S. Imagem daqui. Desnecessário dizer que todo aquele luxo não me é aquerenciado...
P.S.S.S. E tem mais: concluída a postagem, lancei-a no Facebook com os seguintes dizeres:
Another viageichon no blog: reflexões sobre a racionalidade humana e o conceito de contribuição marginal. É que tenho amigos economistas, alguns deles, heureseument, que vêm este tipo de abordagem com incontido desdém e eu, teimoso, insisto que a redenção do poder ao povo precisa deste conceito e, provavelmente, não terá sucesso sem ele.
P.S.S.S.S. Quer dizer, assim que fiz o que acabo de informar, fui à cozinha, descasquei um pêssego e comecei da comê-lo. Lá pelo meio da empreitada, percebi que ainda portava a faca que usara para descascá-lo na mão. E dei-me conta de que julguei o benefício de largá-la e depois lavá-la ou mantê-la na mão, concluir a ingesta da fruta tropical de safra veranil, não valer a pena, o que me levou a retê-la, comê-lo e depois lavá-la. É... É besteirol...

Mais um adendo: não sei por que fatores laplaceanos, caí nesta postagem, um errinho perfeitamente justificável para um velhinho que já aprendeu três maneiras de escrever neste inferno da academia brasileira de letras. Olha o que escrevi ali no P.S.S.:
É que tenho amigos economistas, alguns deles, heureseument, que vêm este tipo de abordagem com incontido desdém e eu, teimoso, insisto que a redenção do poder ao povo precisa deste conceito e, provavelmente, não terá sucesso sem ele.
E facilmente vi que aquele "vêm" é "veem", sem o acento, ou seja, se eu ia escrever "vêem", estaria domodé, do mesmo jeito.

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