24 maio, 2015

Beijoqueiro, Eu e o Teixerinha


Querido diário:

Por incrível modéstia, hoje cito nomes de terceiros e o meu alinhando-os em ordem alfabética, o que não fiz ontem, colocando-me em primeiro lugar relativamente a Milton Friedman. Poderia dizer que "eu", no alfabeto, vem antes de "friedman", mas a motivação não era esta... Hoje sigo-a, pois o assunto é de importância extraordinária. Pensei em duas figuras daqueles tempos áureos da inflação alta no Brasil, quando o roubo e a sem-vergonhice já marcavam indelevelmente sua presença na vida nacional.

Pois então. Primeiro, existia a figura do Beijoqueiro (aqui). Acabo de olhar na Wikipedia (ali...) e certifiquei-me (como a memória indicava) tratar-se de um português imigrado. O Beijoqueiro beijava celebridades, como poderia ter sido o caso de Milton Friedman, em alguma visita à Fundação Getúlio Vargas (hehehe). Talvez também beijasse pessoas comuns, como eu, se me flagrasse em algo importante, o que provou-se ser impossível (hehehe^2).

Segundo, a figura de Teixeirinha também é sagrada (aqui). E li (a memória garante) num jornal de Porto Alegre (a memória obliterou o nome) que houve um -quem sabe?- incidente que envolveu os dois. Teixeirinha teve um infarto que, felizmente, não o matou. Estava hospitalizado e era uma celebridade nacional, chegando a atrair a atenção do Beijoqueiro. Este decidiu chegar-se a Porto Alegre e visitar o cantor. Ao ser informado desta intenção, talvez como preparação da chegada do primeiro, Teixeirinha teria declarado:

Não me deixem ele entrar. Eu estou infartado e o vivente pode querer se fresquear!

Eu pensei nisto hoje por ser domingo e termos um tempo entre nublado e chuvoso neste penúltimo domingo de maio, um veranico de maio que já dura semanas, testemunha do aquecimento global, fazendo das plagas de Teixeirinha um país tropical e dos trópicos uma área tórrida superaquecida. Em homenagem a nosso senso cívico e tudo o mais, incluindo nos fatores determinantes a irresponsabilidade e irracionalidade do gasto público, somos acossados, em pleno dia, por rebanhos de mosquitos muito do serelepes.

DdAB
Imagem daqui. Beijoqueiro e Teixeirinha não se beijaram, como os tucanos lá do alto. Encontrei a imagem ao pedir ao Google "dois bicudos não se beijam". E gostei de ver os tucanos, o que me deu oportunidade de confirmar minhas invectivas contra a política brasileira desde sempre e as épocas citadas, talvez até mais que elas. Será que aquele já houve algum político honesto no Brasil?

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