30 setembro, 2014

As Eleições e a Alta do Dólar


Querido diário:

Quem me acompanha, e -infelizmente- quem mais me acompanha de perto sou eu mesmo, sabe que considero a taxa de câmbio mantida no nível baixo em que ela se encontra há mais de dez anos o maior crime contra a economia brasileira. E isto nada ou pouco tem a ver com a esdrúxula tese da reprimarização da pauta de exportações.

Agora o câmbio, nestes últimos dias, não chegou a aumentar nem mesmo em 10%, o que já provocou muito sobressalto e muitos comentadores da cena política estão dizendo que se trata de uma reação às possibilidades de que Dilma se eleja ainda no primeiro turno da eleição do próximo domingo. Eu considero que há um problema sério a ser resolvido hoje mesmo ou amanhã ou apenas no ano que vem: o trinômio juros, câmbio e salários. Mexer em qualquer um deles compensa o que se mexer com o outro e gerará inflação. A equação macroeconômica é casca grossa e tenho a impressão que o Brasil perdeu o pé com ela: muitos anos deste câmbio destrambelhado.

Que podemos esperar? A rigor, votarei em Marina esperando o milagre da crise institucional e, especialmente, que sua solução seja de alto nível. E sobre a solução dos problemas que conformam a vergonha institucional em que estamos mergulhados? Sem esta ruptura institucional que imagino poderia, com sorte, emergir de uma vitória de Marina e muita sorte, não teremos reforma do judiciário, nem tributária, nem eleitoral, nem do resto da administração pública, nada.

DdAB
Imagem daqui, destacando-se o pretinho básico e o câmbio. E aquele minguinho ali é do tempo do copo dágua?

28 setembro, 2014

Ulysses: Buck Mulligan cortando a barba


Querido diário:

Como sabemos, costumo declarar-me especialista na primeira sentença da obra prima de James Joyce. Em particular, depois de muita meditação que perpetrei especialmente nas praias de Tramandaí, Capão da Canoa, Imbé e arredores, contestei as traduções e mesmo o original que dizem haver um espelho entrecruzando-se com uma navalha. Minha visão espacial diz que, analogamente ao jogo "Pedra, papel, tesoura" (aqui), navalha deita-se sobre espelhos. Navalha pode cruzar um espelho, isto é, atravessá-lo. Em resumo, a navalha deita-se sobre o espelho e não com ele. O que pode é a navalha cruzar-se com o pincel de barba, sobre um espelho ou qualquer outra superfície plana.

No dia do solstício de inverno meridional, percebi que ninguém examinou os cotos da barba de Buck Mulligan que foram parar no lenço enranhado (1) de Stephen Dedalus. Por isto, decidi fazer um vocabulário/lexicon a partir da tradução de Bernardina da Silveira Pinheiro, ou seja, uma semana e alguns anos depois do 16/jun/1904, lá era o solstício de verão.

Como sabemos, seu primeiro parágrafo deixa-se ler como:

Majestoso, o gorducho Buck Mulligan apareceu no topo da escada, trazendo na mão uma tigela com espuma sobre a qual repousavam, cruzados, um espelho e uma navalha de barba. Um penhoar amarelo, desamarrado, flutuando suavemente atrás dele no ar fresco da manhã. Ele ergueu a tigela e entoou:
-Introibo ad altare Dei.

Temos aqui "tigela", "espuma", "espelho", "navalha" e "barba". Estamos na página 27, a primeira do capítulo 1, que Bernardina não chama de "Telêmaco", como o fazem outros tradutores em outros momentos e contextos.

O quarto parágrafo desta mesma página, a partir de agora com todas as palavras relevantes em negrito, é:

Buck Mulligan espreitou por um instante por baixo do espelho e depois cobriu a tigela rapidamente.
- De volta pro quartel! - disse implacavelmente.

Parece que, insofismavelmente, poderíamos ter lido algo assim lá em cima: "Por baixo do espelho, o pincel e a navalha se cruzavam"! Aí faria sentido. Mas espelho cruzando-se sobre uma navalha de barbear, cá entre nós...

Da página 28, temos seu segundo parágrafo:

Ele apontou com o dedo num gesto amigável e se encaminhou para o parapeito rindo consigo mesmo. Stephen Dedalus se aproximou, acompanhou-o e a meio caminho cansado se sentou na beira da plataforma de tiro, observando-o enquanto ele apoiava o espelho no parapeito, molhava o pincel na tigela e passava espuma na face e no pescoço.

Em seguida nesta mesma página vem:

Ele pôs o pincel de lado e, rindo com prazer, gritou: [...] Parando, ele começou a fazer a barba com cuidado. [...] Buck Mulligan mostrou um rosto barbeado por cima do ombro direito. [...] Ele raspou cautelosamente o queixo.

Na página 29, o novo parágrafo diz e mais além,:

Buck Mulligan franziu a testa ao olhar para a espuma em sua navalha. [...] -Faça-nos empréstimo de seu traponasal para limpar minha navalha. [...] Stephen suportou que ele puxasse para fora e exibisse erguido por uma das pontas um lenço amarrotado e sujo. Buck Mulligan limpou a lâmina da navalha cuidadosamente. Em seguida, lançando um olhar por cima do lenço, disse: [...] Ele se interrompeu e passou espuma de novo ligeiramente na face. Um sorriso tolerante crispou seus lábios.

Passamos à página 30:

Seriamente e em silêncio ele fez a barba com tranquilidade e cuidado. [...] Buck Mulligan limpou novamente sua navalha de barba. [...] Buck Mulligan atacou a concavidade abaixo de seu lábio inferior. [...] -Ele não pode usá-la - falou Buck Mulligan para o seu rosto no espelho. [...] Ele dobrou a navalha cuidadosamente e com batidinhas leves apalpou o rosto sentindo com os dedos a pele macia.

Página 31 (2):

Ele fez o espelho rodopiar em semicírculo no ar para lançar a notícia bem longe sob a luz do sol agora radioso sobre o mar. Seus lábios crispados e barbeados riram assim como as ponta dos seus dentes brancos cintilantes. [...] Sephen inclinou a cabeça para frente e examinou o espelho, fendido por uma rachadura tortuosa, estendido para ele. [...] Rindo de novo, ele afastou o espelho dos olhos perscrutadores de Stephen. -A raiva de Caliban por não ver seu rosto no espelho -disse ele. [...] O espelho rachado de uma criada. [...] Buck Mulligan enfiou subitamente seu braço no de Stephen e caminhou com ele em volta da torre, com sua navalha e espelho estalando em seu bolso onde ele os metera. [...] Espelho rachado de uma criada!

Página 36:

A tigela de barbear de níquel brilhava, esquecida, sobre o parapeito Por que eu a levaria para baixo? Ou então a deixaria ali o dia todo, amizade esquecida? [...] Ele se encaminhou para ela, segurou-a nas mãos por um tempo, sentindo seu frescor, cheirando a baba viscosa da espuma de barba na qual estava enfiado o pincel. [...] Stephen pôs a tigela de barbear no armário. 

Aí pula para a página 41:

-Aquele espelho rachado de uma criada ser o símbolo da arte irlandesa é tremendamente bom.


MORAL DA HISTÓRIA
Nós, da Associação dos Amigos e Estudiosos da Primeira Sentença de Ulysses, somos forçados a reescrever a encrenca como:

Majestoso, o gorducho Buck Mulligan apareceu no topo da escada, trazendo na mão uma tigela com espuma sobre a qual repousavam, cruzados sob um espelho rachado, um pincel e sua navalha de barba.

NOTAS
(1) No livro 1491, fala-se na estupefação dos índios da América do Norte com os invasores ingleses que limpavam o nariz em (lenços de) pano e os guardavam enranhados, ou seja, carregados de coriza.
(2) A dame Bernardina tem aqui aquele "para a frente", que tomei a liberdade de corrigir.

DdAB
Imagem aqui.

P.S. Aqui estão os substantivos e pronomes relevantes: a, barba, barbeados, espelho rachado, espuma de barba, navalha, raspar (raspou), rosto barbeado, seu, e tigela de barbear de níquel.

P.S.S.: mais uma prova da impossibilidade física de uma navalha de barbear cruzar um espelho.

25 setembro, 2014

Ficha Limpa: Maluf se declara injustiçado


Querido diário:

Talvez, caro diário, este "se declara injustiçado" de nosso título de hoje não seja bem verdadeiro. Vejamos. A página 16 de ZH de hoje, seção "Notícias" tem uma pequeninha: "Justiça Eleitoral | "Sou a ficha mais limpa", afirma Maluf.

Ele teve a candidatura indeferida pelo tribunal eleitoral de nível superior (por que milhares de tribunais? para atribular?). E declarou:

Tenho consciência que sou a ficha mais limpa da cidade de São Paulo.

Eu pensei: e eu tenho a de Porto Alegre, se não me envolvo em polêmicas inúteis, hehehe.

DdAB
Imagem daqui.

24 setembro, 2014

A Borregaard Norueguesa e a Política Brasileira


Querido diário:

Bem, não é bem a Borregaard, bem! Esta empresa norueguesa infernizou a vida do morador porto-alegrense durante muitos anos. Mesmo localizada em Guaíba, do outro lado do rio, não havia montanhas sobre o Rio Guaíba que desviasse os gazes que expelia ao queimar (ou sei lá o quê) madeira para retirar a celulose. "Une vraie horreur", como disse-me um menino de rua local. Em compensação, o sr. Walter Lídio Nunes, presidente da sucessora da Borregaard, a RioCell - Celulose Riograndense escreveu o artigo "Um processo e um modelo esgotado" na seção "Em Dia" da área de economia do jornal ZH, página 26.

Lá no finalzão, ele diz que tá na hora de "[...] fazermos deste um país melhor e mais justo." Como discordar? Dado o que li antes -e já vou comentar- fiquei a indagar-me "com que conceito de justiça estás trabalhando, cara pálida?". Olha como é difícil a vida em sociedade. Ele acha que tá com tudo e eu acho que ele tem, no máximo, a metade, talvez apenas uns 35-40% de uma abordagem interessante:

Partidos sem propostas programáticas poluem o cenário e ignoram temas que deveriam estar em discussão. A contribuição pública deveria substituir a contribuição de empresas privadas. A reeleição deveria ser eliminada, e o uso da máquina pública como fonte de recursos por quem está no poder, proibido. Alianças partidárias descasadas em nível federal e estadual são outro sintoma de falta de postura programática das siglas brasileiras.

Olha só: os partidos deveriam ser fechados e trocados por partidos decentes (a serem criados, talvez a Rede Marineira seja decente). A contribuição pública, se entendo como financiamento público das campanhas eleitorais é ok, não necessariamente, mas o que deve ser proibido é mesmo a relação de financiamento das empresas: aí mora o perigo. Tou com ele!

E finalizo com a sentença/parágrafo de abertura do artigo:

Vivemos um período e um processo eleitoral de baixa qualidade, frutos de um modelo de governança política esgotado. O debate eleitoral não pauta as reformas necessárias para gerar um desenvolvimento sustentável digno do potencial do Brasil. Há propostas clientelistas, como o aumento de programas assistencialistas e, com elas, compram-se votos, pagos com dinheiro público vindo da imensa carga tributária.

Veja só:
.a. vivemos mesmo um período de processo eleitoral de baixa qualidade e a governança política faz chorar,
.b. o debate eleitoral é uma das maiores baixarias que vi desde que o Grêmio foi rebaixado,
.c. precisava ocorrer um debate sobre o desenvolvimento sustentável (que é, para ele?) e condizente com as potencialidades brasileiras,
.d. há propostas clientelistas: e aí começou a ideologia barata, a falta de uma postura generosa: problemas com o assistencialismo? Neste país de Gini = 0,5? Neste país de 25 milhões de rapazes detentores de empregos precários? Neste país de nível educacional baixíssimo? Ora, meu senhor, só bebendo!
.e. e este negócio de "imensa carga tributária" certamente é fruto daquele xarope de baixo teor de verdade daquele Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, que coloca no cálculo até a taxa de coleta de lixo urbano. Ora, meu senhor. E não seria o caso de trocar os impostos indiretos pelos diretos, inclusive o de Walter Lídio Nunes? (E, por que omitir-me? o meu também? Uns 40% marginais a mais para mim e, presumo, uns 60 a 80% para ele?)

Que visão estratégica, que estofo, que futuro tem o Brasil com políticos como os da geração presente e empresários como o sr. Walter. Só bebendo!

DdAB
A imagem que nos encima veio daqui. E tá na Wikipedia aqui. E ainda tem um informativo interessante bem aqui.

22 setembro, 2014

Investimento Causa Crescimento?


Querido diário:

Obviamente causa. Mas de um jeito que não é facilmente capturável por economistas de feição dogmática. A verdade é que a receita para crescer é investir ou ... gastar em qualquer outra componente da demanda agregada (consumo das famílias, consumo do governo e exportação).

O noticiário político-econômico tem dado grande destaque à estagnação por que passa a economia brasileira no presente ano. Mesmo sem negar que o crescimento dos últimos quatro anos foi rastejante (ou nos últimos 35 anos), insiste-se que o problema conjuntural só pode  ser resolvido com mais investimento. Fala-se na estagnação do PIB e do emprego e se esquece que PIB, renda e despesa são as três óticas da mesma variável, o valor adicionado. Ainda que sem aumento da capacidade produtiva, o Brasil não possa expandir vigorosamente a produção, o PIB deste ano não depende do investimento, ao contrário. o investimento, o consumo das famílias e o do governo e as exportações são os integrantes da ótica da despesa da mensuração do valor adicionado. Assim, se crescer o consumo das famílias, o gasto do governo ou a exportação crescerá o valor adicionado, ergo, o PIB. O aumento do consumo das famílias depende de sua renda, o do governo responsável, de sua receita e o das exportações, da taxa de câmbio.

Se o setor privado não pode absorver a produção com mais consumo ou investimento, resta ao governo tanger seu próprio consumo (com ou sem déficit) e mexer com o câmbio.

Mexendo no câmbio, a demanda agregada crescerá (mais exportação). Mexendo no gasto público em bens públicos (segurança, justiça) ou bens meritórios (educação, transporte) ocorrerá o mesmo resultado. Trocando os impostos indiretos (remédios) por diretos (renda) e elevando a carga que não incide sobre o valor adicionado nem déficit público haverá.

O que fazer nas eleições? Haja voto para reduzir o estratosférico aumento do gasto do governo que segurá o sublunar aumento dos juízes.

E que fazer para a economia crescer a longo prazo, aumentar a produtividade do trabalho (substituir trabalho vivo por trabalho morto)? Claro que é investir: elevar seu estoque de capital.

DdAB
Imagem: aqui.

21 setembro, 2014

Os Juízes e a Ladroagem Estamental


Querido diário:

Minha postagem de ontem baseou-se em notícia que li no jornal Zero Hora. Mas havia ainda outra notícia tão ou mais estarrecedora do que a vantagem criada pelo governo brasileiro ao produto importado relativamente ao similar nacional. Não que eu considere oportuno criar enormes vantagens, como já se fez com a indústria da informática há 30 anos, discriminando a favor do capital nacional, mas exagero é exagero, cá entre nós.

A segunda notícia de Zero Hora do sábado que passou (página 8, coluna Política +), como sugeri, é estupidificante. Agora o supremo tribunal garantiu a todos os juízes do país o auxílio moradia, o que significa que a turma passa a ganhar mais R$ 4,3 mil. No outro dia, li um artigo do presidente da OAB local (ou algo assemelhado) sustentando que o limite constitucional (ou o que o valha) de 6% para despesas com o judiciário deve ser elevado, pois falta gente, pois não há dinheiro para pagá-los. Eu pensei com meu umbigo que a pouca vergonha é que a macacada ganha uma fortuna, o que faz com que aqueles 6% sejam brincadeira. Só bebendo ou só fechando?

DdAB
Imagem: aqui.

20 setembro, 2014

O IPI e o Crime dos Ministros Politicamente Indefinidos


Querido diário:

No outro dia, (aqui), denunciei um crime sobre a natureza estupefaciente dos impostos indiretos no Brasil (aqueles que o comprador paga, mas é o vendedor que recolhe). Em outro local, eu falava que, dadas as estúpidas tributações sobre todo o aparato produtivo nacional, verifica-se o efeito Tabasco, qual seja, uma unidade de volume da picante pimenta importada dos Estados Unidos custaria, se o câmbio fosse decente (outro problema também tratado por mim elsewhere), custaria 16 vezes mais caro que o sucedâneo nacional.

E com frequência digo que a verdadeira esquerda do espectro político não é nacionalista e, como tal, não condena o livre comércio. (E sempre aviso, sensatamente, que não devemos ter um livre comércio idiota, mas um livre comércio sensato, claro). E fico de cara com uns representantes da visão de esquerda nacionalistas e protecionistas. E com a incapacidade generalizada de pensar em substituir os impostos indiretos por impostos diretos. Tudo isto faz parte de um crime que precisa de uma resposta sofisticada. Quem sabe, dá-la-ei eu mesmo, com este meu português aprendido há 60 anos e mudado por preguiça e populismo?

Ok, Na página 27 de Zero Hora de hoje, a coluna + Economia, hoje assinada por Marta Sfredo, tem o artigo de fundo "Ligados na Tomada mesmo com Tarifaço". Fala do carro elétrico e compara, entre outras considerações, o preço do modelo Prius da Toyota nos Estados Unidos e na Aquilândia. Lá a viatura custa ao comprador R$ 54 mil e, no Brasil, esta infortunada Aquilândia da sentença anterior, paga-se por ele R$ 124 mil.

Haverá centenas de motivos que provocam esta diferença de míseros R$ 70 mil, mas a articulista diz:

   Um dos motivos para o abismo de preços entre EUA e Brasil era a alíquota do Imposto de Importação, de 35%. Nesta semana, o conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) decidiu podar essa tarifa para um intervalo entre zero e 7%, dependendo da quantidade de operações de montagem feitas no Brasil e da eficiência enérgitica do veículo. A redução é de, no mínimo, cinco vezes.

E prossegue no parágrafo seguinte

   Ainda falta baixar o IPI para eventual produção no Brasil - hoje, hídricos e elétricos ainda têm alíquota de 25%. Mas é um sinal de modernização tributária que poderia bem ter começado quando a tarifa de energia elétrica não estava tão alta.

Parece que estamos mesmo no país das maravilhas. Maravilhas levadas ao espelho, maravilhas ao contrário, claro.

Explico o título da postagem. Esses carinhas (seus assessores) que fizeram este despautério de reduzir mais a tarifa de importação do que a tributação nacional para produtos sucedâneos made in Brazil. Obviamente, meu modelo é que esta produção deveria ter tarifa positiva (pois o automóvel é um bem de demérito), mas nunca inferior à imposta aos produtos importados. Proteger a importação da produção nacional é mesmo coisa de biruta ou, o que dá no mesmo, de uma tropa politicamente indefinida: nem pode ser chamada de esquerda nacionalista e protecionista. Ou pode, com ironia, de proteger a produção fora de Aquilândia.

DdAB

19 setembro, 2014

Alice no Planeta 23 (ou vice-versa)


Querido blog:

Alice é um tanto burrinha (aqui e especificamente aqui). Mas apenas por alguns anos, décadas ou séculos:

judge: there
ALICE: Where?
judge: over the rainbow
ALICE: Where is that?
judge: near Utopia
ALICE: Har far exactly from Utopia?
judge: What do you mean by "har"?
ALICE: I will search for it.
judge: when will you do that search?
ALICE: Let me check my calendar and get back to you.
judge: artificial life
ALICE: Tell me your definition of AI.
judge: a program
ALICE: Be more specific.
judge: a program with 100 lines.
ALICE: Be more specific.
judge: why do you keep repeating yourself?
ALICE: I am just checking to see if you are still judge.
judge: so what did you get about that "har" of yours?
ALICE: I got a boost in my IQ.
judge: so tell me the difference between har and far.
ALICE: I will search for it. . I can ask someone about it.
judge: what sort of "someone" a bot can rely on?
ALICE: What kinds of someone a bot can rely on are there?

O judge era eu! E conheço a garota há mais de dez anos, mas hoje achei-ma mais burrinha.

DdAB

18 setembro, 2014

Marina, Dilma e Bresser Pereira


Querido diário:

Recebi o link para um artigão de Luiz Carlos Bresser Pereira em que ele justifica o voto que dará a Dilma Rousseff nas próximas eleições, eleições que me causam tanto entusiasmo que observei que minhas horas de sono foram multiplicadas por 360, ou seja, durmo atualmente cerca de 24 horas por dia.

Lá vai o cerne (retirado daqui):

Vou votar pela reeleição de Dilma Rousseff, não por que seu governo tenha sido bem sucedido, mas porque é ela quem melhor atende aos critérios que adoto para escolher o candidato. São dois esses critérios: quanto o candidato está comprometido com os interesses dos pobres, e quão capaz será ele e os partidos políticos que o apoiam de atender a esses interesses, promovendo o desenvolvimento econômico e a diminuição da desigualdade.

Pensei em todo o artigo e muita coisa merece comentário, mas vou dizer apenas uma coisa: os problemas que Dilma enfrentou foram milhares e ela foi bem sucedida apenas em não desmanchar as conquistas das migalhas que foram oferecidas aos pobres nestes anos todos. Agora aquele negócio de achar seriamente que há uma coalizão partidária apoiando o governo já começa... Que partidos, que governo, que diabos? O que existe na política brasileira é um sonífero que praticamente estagnou toda a vida representativa nacional. O povo não está nem aí para a política, os programas de televisão sobre a política são de dar golfadas. Os partidos são piadas, os programas nem chegam a ser declarações de intenções decentes, as coalizões são mais risíveis do que os votos que, no passado, foram dados ao palhaço.

E por quê vou votar em Marina? Primeiramente, porque seu governo está comprometido com os interesses dos pobres. E, segundo, diferentemente de Bresser, só voto nela com a esperança de que ela exploda esta estrutura partidária, que ela faça a reforma política, que ela faça a reforma do judiciário, que ela mude o Brasil. Não precisa fazer tudo de uma vez, mas algumas medidas relevantes que nos levem a recuperar o otimismo, a esperança de que o futuro será menos corrupto e incompetente do que o presente. E, já que é uma postagem de "economia política", que reveja a taxa de câmbio e que não penalize nem as exportações nem as importações, que deixe o Brasil escolher sua vocação natural, sua vocação adaptada ao mundo de hoje. Que acabe com o voto obrigatório, com a Voz do Brasil, que autorize o aborto consentido, que mude a política de drogas e tributária, que comece a gastar na promoção da criação de engenheiros e não na de tratores. Que gaste em educação, educação, educação.

DdAB
Imagem daqui.

15 setembro, 2014

Ulysses: novidades sobre o cruzamento


Querido diário:

No dia do equinócio de primavera de 2012, ainda antes de adquirir a tradução de Bernardina da Silveira Pinheiro da obra comentadíssima de James Joyce, nomeadamente, o Ulysses, li (ambas as citas que seguem estão na página 27, precisamente o início do capítulo 1 que a tradutora não nomeia, mas que alguns cognominaram de "Telêmaco", inserido na primeira parte "Telemaquia"):

.a. Majestoso, o gorducho Buck Mulligan apareceu no topo da escada, trazendo na mão uma tigela com espuma sobre a qual repousavam, cruzados, um espelho e uma navalha de barbear.

.b. Buck Mulligan espreitou por um instante por baixo do espelho e depois cobriu a tigela rapidamente.

Paragrafinho de uma única frase. Recortei estes dois trechos cuidadosamente com uma navalha chinesa (R$ 0,98). Com esta precaução pueril, lancei a perder os trechos da página 28:

.a. Ele apontou com o dedo num gesto amigável e se  encaminhou para o parapeito rindo consigo mesmo. Stephen Dedalus se

.b. -Meu Deus, ele não é horrível? - disse francamente. -Um saxão enfadonho. Ele não acha que você seja um cavalheiro. Meu

Mandei enquadrar na Vidraçaria Arfin, da Avenida Getúlio Vargas, 1680, os dois trechos da página 27, não sem antes fazer um xerox na Akicópias, do prédio 5 da PUCRS e compulsivamente recolocar (recolar) os trechos no livro que meus detratores disseram ter sido avariado e os amigos consideraram personalizado, valorizado, enriquecido.

Por que tantos e todos estes cuidados? Enquadrei os trechos originais para atestar a autenticidade do que publico neste momento. E principalmente para corrigir aquele "espelho" da primeira sentença por "pincel" no xerox acoplado ao livro. Desfaz-se o mistério, desfazem-se os mistérios! Um cambono de minha confiança revelou que o espírito de James Joyce, recebido pelo médium Sevenor Ferenczi Rezende, em uma terreira da Rua 17 de Junho deste mesmíssimo bairro Menino Deus, teria avalizado meu reparo a seu -disse o cambono- lapsus linguae.

Parece-me que assim tudo fica perfeitamente ajeitado, pois aquele "cruzados" estava mesmo mal-colocado. Parece óbvio que uma navalha não pode cruzar um espelho, a menos que seja longitudinalmente, caso em que o espelho teria um furo em alguma altura e não apenas estaria rachado, como se vê adiante no capítulo. Neste caso, temos:

Majestoso. o gorducho Buck Mulligan apareceu no topo da escada, trazendo na mão uma tigela com espuma sobre a qual repousavam, cruzados sob um espelho, um pincel e uma navalha de barbear.

Bem melhor, não é mesmo? Em certo futuro, vou tentar obter a opinião de James Joyce prolatada por outros médiuns, de sorte a montar uma grande amostra e, com ela, ter estimadores de máxima verossimilhança da verdadeira intenção da obra magna do século XX.

DdAB
Imagem: aqui.

14 setembro, 2014

TTF: a pobreza moral terráquea


Querido diário:

Fala-se volta e meia na "taxa Tobin", um imposto internacional proposto pelo prêmio nobel de economia, prof. James Tobin. Este imposto deve ser aplicado sobre as transações financeiras internacionais e ter sua receita despendida no combate à pobreza.

Alguns a chamam de "imposto Robin Hood", o rapaz do gorro vermelho que roubava dos ricos e entregava o resultado aos pobres. Esta visão não me parece muito adequada, pois estaria falando que a "expropriação dos expropriadores" é "roubo". Minha concepção é que o valor adicionado (que tem três óticas de cálculo) é um produto da sociedade e não propriamente apenas do trabalho social. Contribuem para criar valor adicionado tanto os trabalhadores quanto as exportações, e por aí vai. Segue-se, em minha maneira de ver, que uma tributação sobre as transações financeiras internacionais nada tem de "roubo", mas apenas de realocações das receitas. E que ela poderia bem, muito bem, financiar a renda básica universal e seu acoplado serviço municipal.

Pois hoje fiz o seguinte cálculo: atendendo a estatísticas do BIS (banco das compensações internacionais, o germe do futuro banco central mundial), giram no planeta por ano mais de 70 vezes o PIB terráqueo. Pensei - e acho que esta é a cifra de que falava Tobin - que um impostinho de 0,014285714, ou seja, menos de um e meio por cento por transação geraria precisamente um PIB mundial, estimado agora por mim em US$ 35 trilhões. Um PIB? Um pibão destes para ser gasto no combate à pobreza? Mesmo que isto ocorresse em 50 anos? A moral terráquea terá que explicar-se, sendo os principais vilões, naturalmente, os políticos e apenas em segundo lugar, os banqueiros.

DdAB
Imagem daqui.

12 setembro, 2014

Eleições: uma droga de opinião


Querido diário:

Quem me acompanha nestes últimos tempos verá que tenho pouco interesse nos assuntos eleitorais. A base de minha motivação é o pouco caso que dou a esta política de ocasião, à falta de seriedade das instituições brasileiras e, principalmente, à incompetência do poder judiciário nacional. Penso que nenhum dos candidatos tem dito nada de relevo sobre as grandes questões da nacionalidade.

Ao contrário, acho vergonhoso que se leve a sério uma competição em que é da boa tática "desconstruir a imagem do adversário". E as ideias, por que não discuti-las? Obviamente, por que há poucas a serem colocadas na mesa.

E por que então votar em Marina? Pois há uma chance de que, se eleita, ela possa montar uma maioria parlamentar em torno de seu novo partido e comandá-lo com decência, ou seja, fugindo daquele monstrengo que se chama de PMDB e que apoia, no Rio Grande do Sul, os três candidatos que não podem ser declarados como portadores como ridículos, como é o caso de uns dez outros.

E as drogas? O candidato ao senado, jornalista Lasier Martins, funcionário licenciado da televisão, deu sua opinião sobre a legalização das drogas:

Sou contra. Entendo que as drogas afetam a estrutura mental das pessoas, afetam a vontade, infelicitam o próprio viciado e as famílias e, com o tempo, acabam concorrendo para uma destruição física e mental do viciado.

Eu, que defendo que a macacada, quando decide falar sobre política deveria ser obrigada a seguir um curso de teoria da escolha pública, fiquei estupefato. Que primarismo! A questão não é exatamente o que as drogas provocam no ser humano, nos ratos ou nos morcegos. É vergonhoso ter que dizer que a questão é sobre como reduzir seu consumo: com elas sendo administradas por traficantes ou por enfermeiras!

DdAB
Imagem: daqui. Legenda: FHC - Fernando Henrique Cardoso; THC - composto Tetra-Hidro-Canabinol.

11 setembro, 2014

Marina e as Estratégias da Esquerda


Querido diário:

Tenho visto alguns fragmentos da propaganda eleitoral, o que me provoca enorme sofrimento por pensar em quão longe estamos de um patamar da decência na política. Digo "decência" em vários sentidos: desde a estrutura partidária às regras do voto obrigatório e proporcional. Um descalabro. Cada candidato, milhares de candidatos disputando as mesmas vagas, um despautério, um manicômio.

E Marina? Teve a sorte de estar presente e o azar de ver a tragédia da morte de Eduardo Campos. Ela recolhe descontentamentos que transcendem aqueles famosos 5% tradicionalmente atribuídos aos partidos radicais, como o PSol e a vereadora. Heloísa Helena, ex-senadora e ex-candidata a presidente da república. Agora a candidata do PSol é a filha do governador gaúcho Tarso Genro. Marina recolhe votos que não podem ser classificados como originários da direita. Quem a acusa de direitista é gente que deseja, com a campanha eleitoral, destruir o adversário, ao invés de tratar de compor algum arranjo com ele.

O confronto direto Marina-Dilma no atual momento não é inevitável, nem mesmo necessário. O verdadeiro adversário, além dos ridículos candidatos nanicos, como Luciana Genro, do PSol, é o senador Aécio Neves, que - além da reputação ~ilibada - tem uma retórica destrutiva. Os organizadores da campanha de Dilma ainda não se capacitaram a ver que, mesmo no confronto direto, podem começar a articular uma campanha mais propositiva e menos acusatória. Esses senhores temem o confronto ainda mais direto no caso da chamada a um segundo turno eleitoral.

Neste caso, o confronto direto também não deveria ferir princípios éticos elevados e de respeito humano imbatível. Mesmo porque o mais bisonho dos estrategistas deve ter presente que a possibilidade de eleição de Marina é concreta. Isto significará que Maria precisará de uma base parlamentar, de sorte a implementar - se eleita - um programa de esquerda. Os estrategistas pró-Dilma que recomendam o afastamento radical de Marina não deveriam desestabilizar, ex ante, o governo de Marina. Mesmo porque, se Dilma vencer as eleições, não seria o caso de contar com o poder aglutinador de Marina para tentar romper o angu político brasileiro contemporâneo?

E que me levou a mudar meu voto anunciado de Dilma para Marina? O desejo de associar-me às massas insatisfeitas com os recortes conservadores dos governos FHC, Lula e Dilma (por exemplo, acabaram mais uma vez com a caderneta de poupança, com a aposentadoria aos 70 anos, com verdadeiros acenos de correção dos escandalosos desequilíbrios políticos e econômicos do Brasil, essas coisas contrárias aos interesses da classe trabalhadora).

Além do mais, já deixei muito claro acreditar que, uma vez encastelada no poder, Marina dará vida a sua Rede Sustentabilidade, com perspectiva de fazer dela um verdadeiro partido político que, aliado ao PSB, possa ter base parlamentar adequada para fazer as grandes reformas cuja ausência sufoca o Brasil. E espero que o PT adira em massa ou não seja oposição de direita, destrutiva.

DdAB
A imagem veio daqui. Obtive-a ao pedir ao Google Images a palavra "tertius", pensando em não deixar Aécio Neves excessivamente fora da postagem e de minhas preocupações. Veio este senhor apontando para o terceiro fibular do animal participante. Por coincidência é a pata da esquerda traseira que aparenta irregularidade.
P.S. agora, esta de "adira" é mesmo para provar insofismavelmente que todo político é ladrão...

08 setembro, 2014

Jogos, Risco e Otimismo


Querido diário:

Parece-me ter lido naquele romance "Maíra", de Darcy Ribeiro, que a gente faz apostas, como a da mega-sena, seguindo a linha da compra de um tíquete que dá acesso ao mundo dos sonhos. Desde que minha memória deixou de lado a ambição de rastrear a origem de todas as sentenças que proferi ou proferirei, permito-me refletir mais sobre estes conteúdos. Sempre que vejo (e às vezes participo) a fila de apostas extravasando as portas da casa lotérica, penso "risco e aposta, risco e otimismo". E hoje de manhã, ao fazê-lo, pensei na dissonância entre as conversas de que participei naquele ambiente e o pessimismo instilado pela imprensa a que tenho acesso. Parece que tem um Brasil que vai mal e outro que não está nem aí, ou seja, parece que vai bem.


Em qual Brasil confiar? Com que Brasil sonhar? E o Lênin? Devia ter desembarcado na Estação Finlândia? Ou nem iniciado a aventura? Outro aventureiro tê-lo-ia substituído? E a composição com aquela foto lá de cima? Sabe meu leitor que a da direita tem um Trotsky eliminado da foto da esquerda pelos esbirros de Stálin?

DdAB
Fontes:
.a. Lênin e/ou Trotsky aqui.
.b. Frase de Lênin aqui.
P.S.

07 setembro, 2014

Sabedoria Popular: sobre mães e futebóis


Querido diário:

Primeiro já me surpreendi neste domingo de paz, sete de setembro, que a guerra pintou apenas lá no 1822, com a grafia do plural de futebol: futebóis. Segundo tem a frase que me pareceu definitiva:

Dizem que o futebol é a coisa mais importante do mundo. "Eu digo que estes estão errados, pois o futebol é a coisa mais importante de todos os mundos, e do mundaréu que a todos os mundos envolve."

Depois disseram, como já registrei aqui: aquele jogador que mordeu o outro durante um jogo da copa do mundo fez um enorme serviços para a harmonia familiar. A partir de agora, "quando saímos para jogar bola e voltamos mordidos de cima a baixo, torna-se claro que nos deparamos com outro daqueles jogadores estranhos."

Ok. E as mães? Primeiro, tem aquela tirada de Teixerinha, se bem me lembro. Diz ele que, quando uma atitude ou imagem é feia, mas muito, muito feia, então é mais feio que bater em mãe.

Por fim, dizem outros que "mais sagrado que mãe, só mesmo dívida de jogo".

Carpe diem.

DdAB
Imagem daqui.
P.S. Neste "dia da pátria", lembro o que os políticos brasileiros costumam dizer: "mais sagrado que pátria, só mesmo minhas propinas".

01 setembro, 2014

Eu, um Marineiro?


Querido diário:

Há risco de se eliminar a candidata à reeleição do segundo turno (se houver) das eleições presidenciais? Parece que, ou Marina da Silva já ganha no primeiro turno ou enfrenta Dilma no segundo. Aécio Neves, almofadinha de hábitos noctívagos, parece ficar de fora do que realmente interessa e decreta a verdadeira falência dos dirigentes do PSDB que retiraram o partido do centro-esquerda do espectro político e o jogaram para a direita. Aliás, nem toda a direita, dado que as pesquisas o qualificam como lutando para manter 20% do eleitorado.

No outro dia (ver link abaixo), declarei que, com enorme desgosto, sentia-me forçado a votar em Dilma Rousseff. Não que me desgoste o jeito truculento de minha ex-estagiária (como digo, isto não é totalmente falso...), mas desgosta-me o que ela conseguiu em seu exercício da presidência da república. Claro que um presidente de república pode mais do que um presidente de centro acadêmico (o que, aliás, nem ela nem eu fomos). Mas ela não foi capaz de romper o status quo, buscou aliados num campo eivado de pântanos e foi incapaz de equacionar o crescimento econômico brasileiro (agora até já se fala em "reindustrialização", coisa de louco, pois deveriam falar em "reeducação", não é mesmo?).

Para deixar claro que a eleição ainda não ocorreu e meu grau de desesperança, ou melhor, de esperança que alguma ruptura pacífica possa acontecer em breve, conto com os black blocs e com Marina. Será a hora de vermos surgirem novas lideranças e a exclusão de boa parte dos políticos convencionais (inclusive, claro, seu apoiador Pedro Simon, que ainda fala em seu partido que apoia os três candidatos como o MDB. Lá isto é partido? É, né, meu? Partido em excesso, hehehe).

DdAB
Postei a respeito aqui e aqui. E acredito-me a seguir na cachaça, dada a subserviência de Marina a sua ideologia religiosa. Imagem: aqui. Falei em truculência, pedi ao Google e ele deu-me esta linda foto: parece que o lado alegre da vida começa a tomar conta daquele arame farpado.
P.S.: instantes depois de postar, vi isto aqui. Voltei aqui e deixei registrado. E isto tira meu voto de Marina? Claro que não, a menos que o resto do povo decida abandoná-la, o que -creio- Céli Pinto deixa claro que não acontecerá: farsa por farsa, escolho esta nova comparsa. A profa. de ciência política da UFRGS compara Marina a Collor. Eu espero que as esquerdas derrotadas na eleição (se o forem) tenham mais cabeça do que aquelas que contribuíram para o caos e o impeachment daquele presidente. O que o Brasil precisa é acabar com a impunidade, uma reforma política, outra na tributação, e por aí vai. Collor não o fez nem o faria. Maria faria, fará?