31 janeiro, 2014

O Que Causa a Riqueza das Nações


Querido diário:

No outro dia, eu falava com amigos diletos e um deles indagou-me o que me preocupava no momento. Respondi que era o que causa a riqueza das nações. Tinha em mente minha descoberta que a renda do Congo Democrático é de US$ 400 por ano e, claro, a formulação mais moderna, menos smithiana, de causes of economic growth. E, naturalmente, a encrenca brasileira, com um PIB crescendo, nos últimos 35 anos, com a rastejante taxa de 3,5% a. a. E a inflação que retornou há uns dois anos. E a concentração da renda ainda maior do que em 1960, tudo isto.

Há muitos anos, falava-se que uma das causas do insuficiente desenvolvimento do Rio Grande do Sul era a falta de capacidade empresarial. Naturalmente, eu achava isto balela, pois parecia-me que, convidado pela taxa de lucro, algum indivíduo iria instalar-se no setor produtivo. Depois comecei a entender que podemos dizer que o crescimento da empresa depende de sua habilidade em amealhar (odeio esta palavra neste sentido...) lucros. E que os lucros são função das vendas, todas aquelas coisas.

Mas, acossado pelo tempo em que me seria dada a palavra naquela mesa de bar (era?), tentei trazer três elementos:

.a. a oferta monetária,

.b. a demanda efetiva (e.g., a construção civil associada à expansão do sistema educacional, ou o de transportes, etc.) e

.c. a capacidade empresarial.

Até hoje indago-me por que o Brasil não começa este negócio de criar uma frente de expansão, uma cunha desenvolvimentista, precisamente com a implantação de um sistema educacional decente. Não quero negar os esforços feitos pelo governo neste sentido, ou melhor, entendo que o esforço é ridículo, se comparado com a necessidade. Tanto é que, dias atrás, divulgou-se que um desses exames nacionais tipo ENEM, sei lá, teria 3 milhões de candidatos para, 0,2 milhões de vagas.

Minha proposta hoje já é formatada e o tem caráter de registro de mais uma utopia possível:

.a. cria-se a renda básica da cidadania (cumprindo a lei 10.835, de 2004, agora decenária...)

.b. com um complemento a ela, atrai-se gente para o serviço municipal (três horas de estudo por dia, três horas de ginástica e três horas de caridade)

.c. naturalmente estas três horas de estudo para adultos (pois criança, criminoso e louco está fora do esquema) iriam ensinar português, matemática e empreendedorismo.

DdAB
Por razões oblívias, pedi uma imagem ao Google com o título "on peut se promener". Ele respondeu-me com a imagem bem promenidística, provavelmente regada a espumante (em francês beberíamos champanha, não é?) alcançável com o clique aqui.

P.S.: e não podemos esquecer que há empresários produtivos, improdutivos e destrutivos (como aprendi com William Baumol), mas meu programa delineado acima presta-se exclusivamente para peneirar produtivos).

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