30 setembro, 2013

Fé de Mais

Querido diário:
De onde vêm minhas crenças? Por que não acredito em Deus a ponto de militar na Campanha "Ateus, Saiam do Armário"? Por que problematizar esta questão? Estas questões, estas possivelmente infindáveis questões? Que me leva a acreditar que, daqui a 200 mil anos, haverá descendentes do clube humano?

Meus genes, em 64 gerações, se tanto conseguirem reproduzir-se, terão uma fração tão absurdamente pequena participando de um humano vivo, exceto nos casos de "fertilização cruzada", ou seja, descendentes cruzando com descendentes, como é meu caso relativamente à macaca Sally, ou outro ancestral africano. Se é que é isto mesmo. E por que só pude falar em 200 mil anos acima e não, por exemplo em 200 bilhões ou trilhões de anos? Pois, estima-se hoje, o próprio Universo conta com apenas 14 bilhões e outras estimativas dizem que ele deve durar não mais que isto, se é que não durará para sempre.

Não existia saída. Tínhamos que acreditar na possibilidade de nos evadirmos deste Universo, alcançar o Grande Universo (que uns chamam de Multiverso, expressão de que não gosto). Para os seres do futuro, aquelas questões eram apenas retóricas, pois já sabíamos a resposta da maioria delas e tínhamos certeza de que algumas nunca seriam respondidas, ao passo que a elas já juntáramos ainda mais perturbadoras questões. Eram os deuses astronautas, enfim?

Voltando à problematização da existência de Deus, se ele não existe, tudo é permitido? O que parece evidente é que, se a teoria do biguebangue é mesmo correta, segue-se que poderá ter ocorrido uma origem externa para aquela explosão. Tirando de lado a ética, parece também evidente que esta origem externa poderia atender nada mais nada do que menos pelo nome de Deus. Neste mundo de fé de menos, só posso dizer que também se trata de fé o que ocorre comigo: creio nas leis da lógica, creio no princípio da causalidade, creio na lei da transformação das massa (lei de Lavoisier).

DdAB
Imagem. Quem diria? Peguei este andróide! E se nóis virá iço?

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