21 dezembro, 2012

Presunção de Inocência e a PMPA

Querido diário:
Desde criança, sei que PMPA quer dizer "prefeitura municipal de Porto Alegre", aliás, já ia intuindo essas coisas mesmo antes de alfabetizarem-me (ao que resisti lindamente). O que me surpreende é que ainda não tenham mudado os nomes: de prefeitura para vilegiatura, sei lá, de municipal para fenomenal, sabe-se lá, e de Porto Alegre para... ah, isto mudou, agora quem abriga o porto não é mais rio e sim lago. E alegre, nem se fala, alguns meninos de rua me disseram que têm parcos momentos de alegria, que ocorrem quando aprecatam alguns trocados e os trocam por crack. Então, como pode?

Parece ficção. E o que dizer da Página 10 da p.10 de hoje? Rosane de Oliveira escreveu:

   O convite (feito pelo atual e futuro prefeito José Fortunati ao atual e futuro) vereador Mauro Zacher (PDT) para assumir a Secretaria de Obras provocou divergência no partido do prefeito. Ontem, o presidente estadual da Juventude Socialista do PDT, João Henrique Cella, divulgou uma carta aberta questionando a indicação e Zacher.

   'Então, como pode? Substituir um (secretário / sic) que está sendo investigado por práticas de crimee leitoral por outro que está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho e que já foi indiciado pela Polícia Federal, por práticas administrativas não recomendadas e cometidas na própria gestão da cidade de Porto Alegre', critica o texto, referindo-se a suspeitas levantadas sobre a gestão de Zacher na secretaria da Juventude da Capital e ao afastamento do secretário Adriano Borges Gularte da Secretaria de Obras por apontamentos do MP.

   O presidente do diretório metropolitano do PDT, Vieira da Cunha, invoca o princípio de presunção de inocência para justificar a indicação de Zacher para o cargo e atribui o fogo amigo a divergências internas no partido.

   Cella é ligado a Juliana Brizola, que se tornou rival de Zacher por desentendimentos envolvendo a Secretaria da Juventude.

   -Do ponto de vista do partido, Zacher reúne todas as condições para o secretariado. O fato de estar indiciado não quer dizer que seja culpado. Esta manifestação está vinculada a uma desavença que se tornou pessoal - diz Vieira. [...]

Fiquei pensando: PMPA? Então:

.a. a morosidade do poder judiciário é a maior praga da política patrícia, inclusive quanto à fiscalização do cumprimento das promessas eleitorais,

.b. este negócio de presunção de inocência é muito complicado, claro que não pode ficar prendendo neguinho ao deus-dará, ainda que minha presunção seja de que o Ministério Público e a Polícia Federal também sejam inocentes, não carregando nada de pessoal contra o economista Mauro Zacher. Que também ouviu acusações similares no DCE-PUCRS. Mas que já foi presidente da câmara dos vereadores, com vários assessores.

.c. a saída é, de saída, colocarmos observadores por tudo que é canto da Secretaria de Obras, a fim de evitar - no dizer da presidenta Dilma - o malfeito. E não só na secretaria de obras!

DdAB
AVISO: Benévola com algumas instituições patrícias, esta postagem contradiz os estatudos do MAL*.

P.S.: imagem daqui. Belíssimo site de belíssima artista plástica. Evocou-me Dubuffet. Só plástica? Por exemplo (e antecede o texto a explicação: filme de John Wayne com dois cavalos, o Dollor, de dor, e o dollar de dinheiro):

John Wayne had a horse named Dollor.
John Wayne had a horse named Dollar.
I had a dollar.
It’s gone.
I had some pain.
You had a dollar.
It’s gone.
You had some pain.
You had a dollar and you didn’t give it to me.
He doesn’t have a dollar.
She has some dolor.
John Wayne had a horse named Dollor.
Ol’ Dollor.
We don’t’ have the money for the rent.
Ol Dollor we don’t have the money for the groceries.
Ol Dollor.
We don’t have the money for medicine.
Ol Dollor.
We don’t have the money to retire.
Oh Dollar.
Oh Dolor.

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