10 julho, 2012

Benedita e a Constituição

Querido Diário:
A sra. Benedita é uma senadora da república, se não me engano. Ela foi, se não me engano, empregada doméstica e, se não me engano, chegou a ser prefeita e governadora do Rio de Janeiro. Tudo se não me engano.

Se não me engano, li no jornal Zero Hora de hoje que ela, senadora Benedita, fez uma proposta de emenda à constituição brasileira de 1988, de sorte a inserir-lhe alguns direitos da empregada doméstica, como o fundo de garantia por tempo de serviço (que paga, não esqueçamos, 3% a.a.), as férias de 30 dias, sei lá.

Se não me engano, não estamos num país sério. Claro que não precisamos pedir provas de siflagrol à senadora, desde que exijamos tal precaução a seus assessores. Parece óbvio que ela nunca ouviu falar na renda básica da cidadania: R$ 1.000 para cada brasileiro em idade ativa tomam apenas 40% do PIB. Claro que se forem R$ 500, trata-se apenas de 20% do PIB. Com R$ 250 reais mensais, gastam-se 10% do PIB, o que começa a deixar tudo muito mais sério. Mas, se mantivermos os R$ 1.000 mensais e começarmos a implantação, digamos, para os 50% mais pobres, já ficamos novamente com os 20% do PIB. Ou seja, este negócio não vira algo sério por causa de iniciativas de gente que tem relação de amor-ódio primária com o mercado de trabalho. Para os que têm apenas relação de amor-ódio refinada, torna-se claro que há necessidade de dois incentivos na sociedade do século XXI:

.a. incentivo para quem quer ir ao mercado de trabalho (salário mínimo)
.b. incentivo para quem não quer (renda básica)

Curso de Teoria da Escolha Pública para todos!

DdAB
Nâo sei se a caixinha daqui é o remédio que mencionei.

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