18 maio, 2012

Sins aos Viadutos Estaiados

Querido Diário:
Às vezes queixo-me da linha eminentemente reacionária do jornal que leio diariamente: Zero Hora. Volta e meia ele -jornal- faz tantas estrepolias que, como um maldoso patrão, epitetei-o/a de Zero Herra. Hoje na p.30 li a manchete "Na onda dos viadutos estaiados". "Pronto" - pensei - "lá vem ela de novo." Ledo engano, pois o erro, ou melhor, a pobreza vocabular, era minha, era meu, sei lá. Já vi tudo na Wikipedia, com esta foto da ponte de Brasília. Pensei no verbo "estaiar", de que nunca ouvira falar nem escrever. Vem do aurelião:"agüentar com estais", que o meu ainda é do tempo dos tremas e que a academia brasileira de letras quer que eu jogue no lixo. E já mandou olhar "estear". Daí cheirei "esteio", mais familiar, esteios da pátria, os políticos, mala dicha. E veio mais coisa, até, no meio das explicas, a palavra "vante", de onde também cheirei "doravante". E que é, quem diria?, a metade dianteira da embarcação.

Pois bem. Pilhas de palavras enriquecendo meu vocabulário. Voltando à p.30, fala-se do tal viaduto estaiado em Porto Alegre, fala-se na área da terceira perimetral. Há um box: "Desapropriaçõeses". Evoquei o rapaz/vendedor da Galeria do Rosário que saudou as duas garotas: "Pois nões, senhoritas". Como há vários viadutos estaiados espraiando-se pelo planeta, digo "sim" a cada um e digo-lhes "sins" a todos (pois já se falou em "suis" como plural de "sul").
DdAB

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