25 maio, 2012

Riqueza em Favor de Todos

Querido Diário:
Hoje é o "Dia da Indústria". Como é que sei isto? Na p.17 de Zero Hora tem um artigo de Heitor José Müller, presidente da Federação das Indústrias do RGS comemorando a(s) efeméride(s). O título de minha postagem reproduz-lhe as últimas palavras. Lamento não poder transcrever todo o artigo, o que é o maior argumento que já vi na linha de que "o computador não faz o engenheiro". Mas vejamos, ainda no primeiro parágrafo:

A data chama a atenção também para nossas próprias limitações, devido pricipalmente à ainda baixa qualificação profissional, que dificulta um desenvolvimento mais harmônico, em condições de assegurar melhor qualidade de vida para todos.

Na linha das formalizações que tenho exercitado nos últimos dias, não posso deixar de registrar o sistema de duas equações:

MQVT = f(DMH)
 DMH  = g(-BQP).
onde MQVT é 'melhor qualidade de vida para todos', DMH é o 'desenvolvimento mais harmônico' e BQP é a 'baixa qualificação profissional'.

Parece inegável: computador não faz engenheiro. Engenheiro não se faz na fábrica, mas na escola. Se o governo, olvidando corromper-se a cambio de vil metal, tomar a si a tarefa de produzir bens públicos e bens de mérito, então teremos notas de empenho para a produção das escolas e, com elas, os engenheiros e, com eles, rompemos com a baixa qualificação profissional e, com o rompimento, alcançamos o desenvolvimento mais harmônico e, com ele, chegamos na melhor qualidade de vida para todos. A produção de riqueza em favor de todos. Não é, não?

DdAB
imagem: tomara que seja um ator contratado, que tirei daqui.
p.s.: Parece claro que, seguindo os ditames aprendidos com o curso de epistemologia do blog Bípede Pensante, estou buscando o abrigo das teorias científicas para este tipo de tese. Por exemplo, o sistema biequacional da postagem de hoje é perfeitamente trabalhável econometricamente. Trata-se do modelo hipotético-deditivo em ação. Aceita a hipótese (modelo teórico) do presidente da Fiergs (n.b.: sobrou um 'e' aqui), trata-se de (o que não faço aqui) conceber um modelo empírico para estimar-lhe os parâmetros (modelo experimental) e testar os resultados com os fatos colhidos na realidade realmente real.
p.s.s.: Que quero dizer com "o governo, olvidando corromper-se a cambio de vil metal"? Primeiro, evoco a canção "a cambio de mi pobreza". Mas não é isto. Vizinha do artigo o sr. Müller, localiza-se a coluna de Carolina Bahia. Ela tem um drops, como se dizia lá no tempo antigo: "Pânico. Petistas próximos ao ex-presidente Lula não querem ouvir falar na quebra de sigilo da Delta nacional. Em conversas revervadas, reconhecem que a investigação da conexão com os [e]stados será uma bomba, atingindo planos eleitorais de muita gente." Ok, só que, no jornalismo investigativo, saberíamos quem são os petistas (todos, alguns?). Conversas reservadas com quem? E quem seria a gente cujos planos eleitorais seriam atingidos pela investigação desta empresa transferida ao Rio de Janeiro sete anos antes do nascimento de seu fundador?
p.s.s.s.: na p.2, a crônica semanal do jornalista David Coimbra tem dois aspectos interessantes:
.a. diz que Nelson "Mandela assumiu [a presidência] e, em quatro anos, convenceu um país inteiro de que era preciso renunciar à vingança e, às vezes, à justiça, para viver em paz." Caiu-me a ficha: é isto o que penso deste negócio de revisar a lei da anistia. Justiça e paz: eu nunca pensara nisto, em qual a lexicografia. Para Rawls, a liberdade tá na frente da igualdade. Acho que justiça x paz tem a ver com o que fazer com o passado, o que -obviamente- pode comprometer o bem-estar presente, mas, ao mesmo tempo, pode evocar sentimentos de vingança.
.b. e que houve um "rapazote que havia sido preso por furto" e que foi "humilhado" por "uma repórter de TV da Bahia". E que -eu mesmo li isto no jornal- "os parlamentares de Brasília humilhando Carlinhos Cachoeira numa sessão da CPI". Eu sempre disse que esta CPI é uma palhaçada. Mas agora digo mais: se o advogado do sr. Charles Falls lhe recomenda obstruir a justiça, quem deveria ir para a cadeia seriam:
b.1 os deputados themselves
b.2 o dr. Márcio Tomás Bastos.

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