27 maio, 2012

Racionalidade: vira e mexe e cai na... racionalidade


Querido Diário:
No segundo semestre do ano passado, li a terceira edição (já lera a primeira) do livro de Ronaldo Fiani sobre teoria dos jogos. No capítulo 1, ele -livro/autor- tem uma seção dando um cursinho de teoria da escolha racional. Na seção seguinte (já na p.31), vemos uma justificativa interessante sobre o poder do postulado da racionalidade que, se bem lembro, aprendi no velho livro de Frederick Scherer sobre economia de empresas. Diz Fiani:

[...] às vezes, a hipótese da racionalidade não basta para determinar o que os jogadores irão fazer: é preciso considerar o contexto social e cultural em que se encontram, para podermos analisar seu comportamento. Em outras palavras, algumas vezes a racionalidade somente é exercida em um dado contexto de regras sociais ou de valores culturais. (sic)

Quando li isto, evoquei que -nos tempos em que fui motorista no Reino Unido- não apenas costumava dirigir pela esquerda como também -most peculiar- respeitava as faixas de segurança e todas as demais regras de trânsito de maneira muito mais escorreita do que o faço por estas bandas. Ou seja, as regras sociais e os valores culturais atiçaram minha racionalidade no sentido de cumpri-las, ou pagar mais caro pelo crime de não fazê-lo. Dependendo do contexto (regras e valores), o que é racional é agir de tal ou qual maneira que, mudado o contexto, não seria racional. Mas o importante é que agir assim ou assado não contexta o famoso postulado, apenas emoldura-o como poderoso instrumento para a construção das teorias nas ciências sociais. E, claro, ele é apenas um postulado e não uma pulverização sobre todas lavouras.
DdAB
Imagem: abcz. Se, vira e mexe, caímos no elogio da potência do postulado da racionalidade, isto implica necessariamente que ele é bem representado pelo Uroboro, como lá em cima.

Nâo entendo nada do assunto. A imagem 2 parece-me mais de acordo com o registro jungiano e esta final evoca o 'golden braid', de Roger Penrose.

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