16 maio, 2012

Entropia, se bem entendo

Recipiente 1: mais organizado, menor entropia; Recipiente 2: menos organizado, maior entropia

Querido Diário:
Volta e meia, queixo-me de que há dois conceitos sobre os quais navego com renovadas dificuldades. Um, de que não vou falar, é o teorema da impossibilidade de Arrow. O outro é o conceito de entropia.

A primeira lei da termodinâmica, também chamada de lei da conservação da energia é tão simples que aprendi-a estudando física no curso pré-universitário. Em compensação, passei toda minha faculadade de economia sem voltar a ela, ainda que não possamos deixar de pensar que um equilíbrio contábil entre oferta e demanda expresse exatamente isto. Lá no ensino médio, dizia-se que a soma entre a energia cinética e a energia potencial (mais alguma quebrinha devida à fricção) é uma constante. Ou seja, tudo é estado ou movimento, e um se transforma em outro. Bem na linha da álgegra das decomposições da variação do PIB. No caso da física, estamos vendo como as diferentes formas de trabalho se transformam em calor. E aquele elemento de fricção deve-se ao fato de que parte do calor desse sistema dissipa-se.

A segunda lei é a que garante o termo da fricção: qualquer processo envolvido em qualquer fluxo de energia incidirá em perda. Em economês: não existe lanche grátis.

A terceira lei da termodinâmica sustenta que não é possível alcançar o zero absoluto. Disse-me Azimov naquele livro que andei lendo e citando há algumas semanas que, em 1957 (antes dos 'Luniks'), chegou-se a 0,00002K. Nesta linha, alcança-se a redução da entropia por meio da redução da temperatura do corpo. Mas remover a metade da entropia é muito difícil, muito gastador de energia, qualquer que seja o nível inicial. Isto faz com que, por exemplo, baixar a temperatura de 100K para 50K seja uma façanhazinha, mas baixá-la de 1K para 0,5K é muito mais espantoso. E de -200K para -100K seja um milagre.
DdAB
Imagem daqui: abcz.

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