22 março, 2012

Seu Jorge e a Economia da Informação

querido diário:
espero não estar atraindo leitores com falsa propaganda. o 'seo' Jorge de que falo não é o sambista nem, como a efígie que hoje nos ilustra, São Jorge. este 'seo' para 'seu' veio-me -já declarei- de uma leitura de J. J. Veiga. de imediato entendi que 'senhor' virou 'sinhô' e 'seô', 'seo' e aí a corruptela do pronome 'seu'. pois bem, 'seo' Jorge é um construtor. hoje vai dar-me um orçamento para reformas. indústria da construção civil.

ao ser indagado sobre as referências de seo Jorge, evoquei uma classificação de bens que aprendi nos tempos em que estudava 'economia industrial' no nível de pós-graduação. naquele tempo, a 'economia da informação' estava se formando, não possuía um 'corpus' de conhecimento na linha do que veio a alcançar -talvez uma década depois- com a 'economia dos contratos' e áreas assemelhadas.

que aprendi? que os bens e serviços podem ser classificados atendendo ao nível de informação prévia de posse do comprador:

.a. bens de experiência
.b. bens de crença
.c. bens de busca.

os bens de experiência proveem a informação na medida em que o próprio consumo é feito. ou seja, tenho uma informação ex post e a uso ex ante no momento de nova compra. por exemplo, sei que um médico é bom, pois ele já me salvou antes. os bens de crença são aqueles que adquiro na expectativa de que satisfarão minha/s necessidade/s: um médico novo cujas coordenadas encontrei, por exemplo, no livro de profissionais que atendem a meu convênio. por fim, os bens de busca são aqueles cujas propriedades identifico no momento em que os vejo, como é o caso dos vegetais frescos na prateleira do supermercado.

e seo Jorge? uma vez que já vi um serviço de reforma feito por ele na casa de um amigo, suas habilidades profissionais se transformam em bem de experiência (mesmo que a experiência não tenha sido minha). mas claro que as classificações (como todas, desde Aristóteles) se interpenetram: também tenho a crença de que ele manterá a qualidade do serviço anterior.
DdAB
imagem do santo guerreiro: abcz.

2 comentários:

Bípede_Pensante disse...

É a força do raciocínio indutivo mostrando a sua face mais uma vez...

Good luck com o Seu Jorge!

Brena.

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

é, B.P.:
há pouco, eu caminhava pelo bairro (Menino Deus de Porto Alegre) e pensava nestas questões. parece-me que criei uma teoria científica sobre alguma tolice (no sentido de que pode ser testada: quem rói unha é porque tem cortador de unhas baratíssimo). e fiquei imaginando de onde vêm as hipóteses, não será precisamente da mesma indução que homens e bichos praticam no cotidiano?
DdAB