29 fevereiro, 2012

Lange - O Objeto e Método da Economia: Parte Três/Final

querids blogeirs:
hoje acabarei as postagens sobre o interessante artigo de Oskar Lange. na verdade, falta pouco para concluir o artigo, apenas uma seção. mas depois postarei algo quase tão interessante. trata-se de um exercício para os estudantes/leitores que lidaram/lidarão com o original. sempre sustentei que o novato no estudo da ciência econômica deveria começar aprendendo o objeto e a análise. e apenas então passar a refletir sobre o método. por isto os temas de metodologia, em meu curso introdutório, eram reservados para a última semana de aula, quando o aluno já teria uma boa ideia das possibilidades da ciência econômica em sua vida cotidiana (de observador e leitor de jornais). neste caso, a lista lá de baixo poderia ser vista como uma espécie de coroamento de todos os conceitos usados durante o semestre, não apenas os relacionados com o artigo específico.

O objeto e método da economia.
Literatura Econômica. v.7 n.2 p.207-230, 1984.

Primeira Parte: aqui.
Segunda Parte: aqui.

Terceira parte:
.5. O Postulado da Racionalidade
:: postulado da racionalidade - refere-se à possibilidade de interpretarmos decisões das famílias de maneira similar às decisões das empresas:
.a. empresas - querem maximizar lucros (e outros objetivos)
.b. famílias - querem maximizar a utilidade (satisfação) resultante do atendimento de várias necessidades.

:: que é agir racionalmente? o agente é um ente que age. ele age racionalmente quando tem um objetivo em vista (e.g,, maximizar a satisfação com o consumo de bens e serviços) e busca o caminho de menor esforço para alcançá-lo.

:: adotar a suposição de que os agentes econômicos agem racionalmente

"nos fornece o instrumento mais poderoso para a simplificação da análise teórica. Pois, se uma unidade de decisão age racionalmente, suas decisões em qualquer situação dada podem ser prevista pela simples aplicação das regras da lógica (e da matemática) [sic]."

"[...] o postulado da raconalidade é um atalho para a descoberta de leis que governam as decisões das unidades e para a previsão de suas ações sob dadas circunstâncias."

"Embora sendo um atalho destinado a economizar investigação empírica elaborada, o postulado da racionalidade é, apesar de tudo, apenas uma suposição empírica. É uma hipótese que, em cada caso, deve ser verificada, confrontando-se as deduções lógicas do postulado com as observações da experiência."

"Isso precisa ser enfatizado porque alguns economistas acreditam que o postulado da racionalidade pode ser usado como princípio 'a priori', não sujeito à observação empírica. Em tal caso, contudo, as conclusões derivadas do postulado não poderiam ter, também, nenhuma relevância empírica. Em certas circunstâncias, bem-estar público e privado podem ser compatíveis: é o caso do laissez-faire."

SEGUNDA PARTE: Exercício sobre as Três Postagens Agora Concluídas
Iniciar a construir seu "Pequeno Dicionário de Economia".
.a. Retirar do texto de Lange o significado das palavras que serão listadas abaixo. Trata-se, como diz o título do exercício, de construir definições de termos econômicos.
.b. É sábio, então, começar tendo uma boa ideia (passada por um dicionário comum ou filosófico) do que é uma definição (termos correlatos: conceito, categoria).
.c. Neste exercício, alguns casos têm a definição prontinha. Por exemplo, para "produção": "a atividade humana que consiste em adaptar os recursos e s forças da natureza com o fim de criar bens e serviços é designada como produção".
.d. Outros requerem um pouco mais de elaboração, inclusive com casos em que a definição será derivada de outras já construídas. Exemplifico este caso com "necessidade" ou "necessidade social". O texto nem fala, mas -a partir do entendimento do conceito de necessidade biológica- pode-se deduzir o que é a necessidade social.


Palavras a procurar (algumas delas poderão estar nas três postagens do capítulo do livro que fiz há alguns dias):

atividade econômica, bem de consumo (ou bens indiretos), bem de produção (ou bens diretos), bem/bens, caráter social da produção, caráter social do trabalho, consumo, consumo improdutivo, consumo produtivo, cooperação, desgaste e depreciação, distribuição, distribuição (ou repartição), divisão do trabalho, economia política, força natural, forças produtivas, forças produtivas sociais, instrumentos de trabalho, meios de distribuição, meios de prestar serviços, meios de produção, meios de trabalho, necessidade/s, necessidades biológicas, necessidades coletivas, necessidades individuais, necessidades sociais, objeto da economia política, objeto material, objetos de trabalho, processo, processo de produção, processo econômico, produção, produção social, produto, relações de distribuição, relações de produção, relações econômicas, relações sociais, serviço/serviços, trabalho não-produtivo, trabalho produtivo, troca e utilidade/valor de uso.
DdAB
imagem: aqui. por que tanta ilustração com o dinheiro e o mundo? porque vivemos numa economia monetária. exagerando: vivemos num planeta monetário que gira por influência do dinheiro. hoje em dia, ninguém vive sem contato com o mundo dos bens e serviços que tomam a forma de mercadorias ou de bens públicos. há quem desgoste, claro. indivíduos racionais (epa, já vem uma aplicação da seção 5 do artigo de Lange) preferem o apêndice inflamado ser removido, o filho alfabetizado, o almoço servido e o patrimônio segurado (epa, tornei-me poético, hehehe).

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