19 fevereiro, 2012

Intolerância Capital: caso contraditório

queridos blogueiros:
de volta ao futuro, acabo de ler a Carta Capital da próxima quarta-feira, dia 22/fev/2012, a afamada quarta-feira de cinzas. acabará nosso carnaval? (ver Carlos Lyra no YouTube). na p.18, tem uma matéria sobre a tentativa das oposições venezuelanas de impedir a terceira (ou milésima?) eleição de Hugo Chavez à presidência da república. aliás, ela -Carta Capital- ajudou-me a entender -há anos- o que me desagradava com a aprovação do congresso daquele conturbado país de eleições eternas para o presidente da república, ou seja, precisamente o rapaz que já cumprira dois mandatos. disse a Carta: não se pode dizer que não houve democracia, pois a maioria votou e escolheu-o. é bem verdade que observadores internacionais apontarem irregularidades naquela eleição, mas tomemos como "tudo o.k.". ainda assim -e lá veio a Carta- o problema com este tipo de reeleições eternas é que o culto à personalidade de algum líder carismático mina o surgimento de novos líderes. parece que estou vendo a dinastia em segunda ou terceira geraçao na Coréia do Norte, também um país conturbado.

pois bem, cadê o radicalismo da Carta Capital à p.18? o unificador das oposições é Henrique Capriles. que diz a Carta? "era prefeito de Baruta, na Grande Caracas, quando golpistas assediaram e vandalizaram a embaixada de Cuba lá situada e Capriles exigiu inspecioná-la em busca de asilados, principalmente o vice Cabello. As conexões de seu partido, Primeiro Justiça, incluem o DEM brasileiro, o Partido Conservador Colombiano, o PAN mexicano e a maioria dos democrata-cristãos do continente." e por aí vai.

eu pensei: esta notícia é de má-vontade, pois tá na cara que todo mundo pode reestruturar-se em composições eleitorais, com o fim de derrubar uma ditadura. que digo? ditadura eleita? claro, da mesma forma que os militares (aliás, Chavez também é/foi milico) elegeram-se milhares de vezes pelo Brasil afora em plena ditadura militar. o medinho da Carta Capital é que esta união, varrendo da direita para a esquerda, derrote o chavismo, o bolivarianismo e outras besteiras de igual jaez.
DdAB
p.s.: talvez a partir de amanhã eu comece uma série de postagens sobre o economista polonês Oskar Lange. all of a sudden, dei-me conta de que aprendi pilhas com meia dúzia de escritos dele, que usei como carga de leitura e, portanto, gerando copiosas notas de estudo e de aula.

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