02 fevereiro, 2012

Degradar o Judiciário: demanda por justiça e demanda por maconha

querido diário:
hoje a capa de Zero Hora tem as garrafais: "Liminar põe Justiça gaúcha sob impasse". ao lado, em letras menores, vemos: "Debate no STF. Dagradar o Judiciário é suicídio, diz Peluso. Presidente do Supremo rebate acusações de corporativismo entre magistrados."

no primeiro caso, a encrenca foi que fizeram uma eleição para quem preside a "justiça gaúcha". ganhou a eleição um velhinho, mas seis horas ou algo assim de pois de empossado, chegou uma liminar -o que mais seria, senão um tradicional produto da indústria das liminares?- dizendo que aquela eleição não tinha nada a ver. ou seja, um dos candidatos invocara que a eleição não tinha nada a ver, o que transformou sua derrota em, digamos, nada.

claro que meu primeiro pensamento foi sobre a agilidade do judiciário: seis horas de atraso na liminar. ou até 250 anos de atraso em tudo. parece que a liminar é uma medida judiciária que serve para degradar o judiciário, pois ela está apenas dizendo que não se está pronunciando sobre os substantivos do tema, deixando-os em suspenso, para posterior e -believe me- ainda mais criterioso exame das componentes da demanda judicial.

por este tipo de absurdo vergonhoso e peçonhento, além do nepotismo, do corporativismo e dos altíssimos salários, é que o Planeta 23 tem recomendado o fechamento do judiciário brasileiro e sua substituição por uma empresa júnior associada ao curso de direito de uma das universidades europeias de reputação ilibada. privadamente, temos recebido magotes de apoios.

então vejamos o que disse o presidente do supremo tribunal federal, mister Cezar Peluso. primeiro, ele disse, disse-me a Zero Hora em sua p.6, que não há crise no poder da república que este blog recomenda seja fechado. é impossível que ambos estejamos certos simuntaneamente, não é mesmo?

depois, em oblíqua referência aos conteúdos hostis aos altos salários e outras mumunhas deste blog, ele disse que "Só uma nação suicida ingressaria voluntariamente em um processo de degradação do Poder Judiciário." da parte dele, Peluso, tem algo que não entendo bem, por puro enfado, a encrenca do Conselho Nacional de Justiça, um órgão de corregedoria e que milhões de juízes (se não de indivíduos de R$ correspondentes a seus ganhos mensais) odeiam. ou seja, não querem ter suas ações fiscalizadas por tal conselho. quererão a empresa júnior, digamos, suíça ou norueguesa?

o que me parece, comentando diretamente este negócio de nação suicida querendo degradar o poder judiciário, é que este é precisamente o caso, só que ao contrário. o poder judiciário é a vergonha da república. sua morosidade faz com que, inclusive, (e lá orgulha-se o Peluso deste troço: "O povo confia no Judiciário brasileiro. Se não confiasse, não acorreria ao Judiciário em escala tão descomunal."), milhões de indivíduos tenham suas vidas pendentes por causa da morosidade. o caso mals límpído e gritante foi este troço da liminar que deixou o poder judiciário gaúcho sem chefe.

o poder judiciário, inclusive a justiça eleitoral, são os vilões, pois não fazem justiça. pois são incapazes de engendrar um projeto de reforma do poder judiciário que, ainda que contratando os serviços da já afamada empresa júnior, tenha um toque autóctone e se dirija aos verdadeiros problemas de injustiça da sociedade injusta que é o Brasil.

é sabido que, quanto maior o número de apreensões de maconha por parte da polícia, maor é a indicação de que o mercado ilegal está crescendo. faço diretamente a analogia com a escala descomunal de pedidos de justiça. se esta existisse, não haveria tanta contravenção e, sem elas, não haveria tanta demanda.
DdAB
imagem: abcz. achei a imagem emblemática: um juiz dando uma liminar para a marcha da maconha, um troço daqueles dias atrás.

Nenhum comentário: