18 outubro, 2011

O Lucro dos Bancos

querido diário:
na p.18 de Zero Hora de hoje, há uma notícia sobre a recuperação de dois bancos americanos em 2010. um deles teve um lucro de US$ 3,8 e o outro de US$ 4,1 (tudo medido em bilhões de dólares, lógico). uma vez que tenho usado bastante o verbo "garrar", segue-se logicamente que garrei de pensar.

apenas se pensarmos nestas questões de ação coletiva é que poderemos associar um significado relevante ao conceito de classe dominante. é claro que foi a classe dominante que deu este lucro aos bancos desta amostra desta notícia. mas não é bem assim. trata-se de um problema de ação coletiva, pois não é concebível que os beneficiados diretamente tenham tanto poder ao ponto de levar que centenas de outros decisores dos destinos da economia e, em particular, do setor bancário, tenham resultados tão invejáveis.

invejáveis, disse eu. invejáveis apenas para os proprietários dos bancos, lógico. a classe dominante. e haverá operários que possuem ações dos bancos? haverá. e eles são a classe dominante? para estes fins, possivelmente não. mas a classe dominante é sutil o suficiente para deixar-se infiltrar pela classe trabalhadora e manter-se ditando os rumos da sociedade.

como evitar lucros extraordinários como possivelmente é o caso destes US$ 7,9 bilhões de dólares? e por que deveríamos evitá-los? primeiro: lucro extraordinário é sinal de ineficiência alocativa. no caso, se a entrada no negócio de vender dinheiro não fosse regulada pela classe dominante, haveria maior oferta de serviços bancários e, como tal, menores lucros. claro?

segundo: se o lucro extraordinário é inevitável, digamos, para favorecer o aproveitamento de economias de escala, então o que deve ser taxado é o lucro distribuído. e deve ser aplicado -já falo mais em meu nome do que no da literatura padrão- em itens sociais. mais escolas, mais profundidade no tratamento médico. e por aí vai. e por aí fico.
DdAB
olha aqui onde eu caí para pegar esta imagem em que ainda dei uma editadinha: aqui. essa imagem nada tem a ver com bancos, exceto que os bancos é que mandam nos setores de transportes e indústria (e todos os demais). mas ela evocou-me a capa e outras ilustrações do disco "Division Bell".

Nenhum comentário: