27 outubro, 2011

O ENEM e a OAB

querido diário:
siglas é o futuro da língua: tua com aides. explico-me. tenho um amigo com AIDS, ou, melhor ainda, "lamento informar a quem me interessa fazê-lo que -por tristeza- tenho (ou tive?) um querido amigo que descobriu-se portador da síndrome da deficiência imunológica adquirida." mas ainda poderíamos ler, para cessarem as divagações nesta postagem, TUA c/AIDS. o que quero que seja entendido como dito é que "TUA c/AIDS" pode transformar-se numa frase de português-brasileiro em menos de 1.000 anos. como milhares de outras siglas, do tipo "bit" "tbc", "asap"  e "crrpç" (no caso, "corrupção, sigla que acabo de inventar, mas que é ultra-popular). e há mais milhares, inclusive os importados dos USA, como a AIDS propriamente dita, se me não mal faço entender.

e ENEM? e OAB? nem precisa explicar. por outro lado, eles têm nova comunalidade (além de serem siglas,se é que me não faço óbvio): o de provisão de exames que descaracterizam outros exames realizados em instâncias menores. ou seja, na escola ou na universidade.

há três peculiaridades relativamente ao ENEM. primeiro: acaba com a necessidade de curso regular de primeiro e segundo grau para -aprovados- maiores de 18 anos de idade. segundo: ele também acaba com o exame de transposição dos vestíbulos dos prédios e conteúdos universitários (sigla: vestibular). terceiro: porque parece impossível fazer um ENEM sem que alguma irregularidade ocorra.

mas a denúncia da vez é que os alunos de uma escola do Ceará já haviam respondido a nove questões que caíram na prova do ENEM de domingo passado. ou seja, disse alguém que tratava-se de questões que haviam sido usadas em testes dos enens de 2009 e 2011, mas que sei lá o quê. e claro que isto significa que uma fração dos professores ou o que os valha ficar a vida inteira ganhando dinheiro fazendo testes e mais testes voltados a avaliar os conteúdos que qualquer secundarista formado deveria ser capaz de atender é um exercício de debilidade mental só equiparável àquele que o tal Prometeu dedicou-se um dia. fora, claro, o lobby das indústrias que não querem largar o osso.

generalização: aula não é prisão. professor não é policial, aluno que não quer estudar é expulso por formatura depois de quatro anos de oportunidades de aprender coisas que serão testadas apenas em caso de ele querer prestar o exame da ordem, ou seja, o exame de caráter ordinário a ser-lhe aplicado caso ele queira tornar-se um profissional ordinário. caso não o queira, basta guardar seu diploma, expelido no dia em que ele completou quatro anos da ganhatura do diploma de aprovação no ENEM. um troço destes.

sepultamento: modelo ABC. ou -ao contrário- trata-se do nascimento prá valer do modelo ABC? o qual é, como bem sabemos, enunciado do seguinte modo: o professor A dá aula, o professor B faz a prova e o professor C (no caso do ENEM e da OAB, é o computador) corrige.

por que esta postagem ter marcador "Escritos"? porque eles foram escritos e não narrados ou declamados. e por que tem "Economia Política?" porque eles festejam a outra postagem em que ri da crônica de Luiz Augusto Fischer e porque o supremo (ou o supremíssimo) negou a um coroa o direito de advogar sem submeter-se ao enem universitário, ou seja, ao exame da oab.
DdAB
p.s.: pois a imagem é daqui.

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