27 julho, 2011

Aeroporto de Porto Alegre Congestionado: é gestionado?

querido blog:
dias atrás um ente querido (não confundir com uma anta querida...) ficou preso fora do avião que deveria levá-lo ao espaço sublunar próximo, permitir-lhe sair do avião em outras coordenadas e seguir seu curso normal de vida. ficando preso fora do avião, não viajou. ficou preso no aeroporto, não viajou. nem viajou na maionaise ao, desconsolado, dizer-me que achava que por um punhadinho de dólares, dispor-se-ia a deixar a chave de seu carro em mãos hábeis que avocariam a si o problema do estacionamento. como em milhares de lugares por este Brasil afora, que o negócio de flanelinhas oficiais tornou-se big business. mas não no Aeroporto de Porto Alegre.

pois não é que ficou claro? a anta querida não é tão querida, mas até mais anta do que os di ante iros de burros. o que me traz a postar como economia política é uma espécie de vocação congênita da brasilidade para pensar em soluções não igualitárias, pretensamente "de esquerda". no caso, o caso é o seguinte. se o preço do estacionamento no aeroporto de Porto Alegre fosse elevado substancialmente, teríamos racionamento por preço, a melhor forma de racionar já inventada para conviver na sociedade justa. (bens públicos e de mérito devem receber tratamento especial, é óbvio). (principalmente porque John Rawls fala em uma distribuição inicial que garanta o acesso a uma cesta de consumo básica).

como? lucros escorchantes? que fazer com a receita polpuda dados os lucros extraordinários que a escassez de espaço de estacionamento provocaria? muito simples: cobra imposto de renda da pessoa jurídica sobre tal montante de $$$. para tristeza geral, porém, é mais fácil de identificar este montante do que cobrar imposto de renda, expressão tida por perigosa pela macacada da direita e pela da esquerda. asnos e burros?

e que fazer com os coitadinhos dos rapazes que seguirem levando suas viaturas ao aeroporto? cobrar, claro. o preço raciona de forma impessoal. e que fazer com os que não estão dispostos a pagar? dá-lhe ônibus em maior quantidade ("executivos"), maior facilidade, baixa o preço do táxi em corridas para e de lá, essas coisas.

e qual é a solução que os governantes estão pensando em aplicar? fazer um edifício que custará -diz a p.24 de Zero Hora- R$ 50 milhões. supondo que não haja corrupção (ou até supondo corrupção, não importa), este é um dinheirinho que poderia criar pilhas de empregos, digamos, 1.000 manobristas, ganhando R$ 1.000 cada por 50 meses, não é? e nestes 50 meses, se fossem 10 mil carros por dia, cobrando R$ 32 de cada um, já faria novamente este fundo de R$ 50 milhões, todo mundo feliz, a sociedade mais igualitária. todo mundo feliz? claro que os políticos ficar-se-iam roendo de ciúme.
DdAB
pois esta imagem parece refletir o que ocorre em todos os horários de pico no afamado aeroporto.

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