29 junho, 2011

Crack Bota Sistema Judiciário Fora de Combate

querido diário:
ter-te-ei dito, no outro dia, que um rapaz afanou o telefoninho de uma gatinha em plena Volta do Mercado? e que o chefe da polícia, ou seu preposto, disse que o problema é que o povo anda desligado? parece que o sistema judiciário vive um torpor parecido com aquele provocado, dizem os meninos de rua, pelo cheiro de cola ou mesmo inalação do crack.

pois na p.37 (Polícia), Zero Hora diz que o garoto que afanou o telefoninho da garota, no outro dia, voltou a atacar. desta vez, levantou um par de óculos Mormaii (se fosse eu, já entrava com uma liminar contra a Mormaii, não é mesmo?). foi para o presîdio central. dizem que sairá em poucos dias. claro que deve sair. deveria, se houvesse sistema judiciário não-nefelibático, ser encaçapado nos braços de um psicólogo, psiquiatra, assistente social, um profissionais destes. o rapaz declara-se viciado em crack. os estudos apontam para absoluta ausência de esbatimento de sintomas que levam ao abandono da inalação espontaneamente. ou seja, talvez ninguém tenha-se livrado do vício por, digamos, 10 anos e mais. mas ninguém curou-se sozinho.

que dizer do garoto que estará recebendo o tratamento reservado a presos do presídio central? que dizer de possibilidades alternativas, por exemplo, interná-lo em uma mini-clínica de tratamento de crack e bicheiras assemelhadas? que dizer de leilões virtuais em que, por exemplo, seria colocada sub judice, com perdão da expressão, a vida de um bisneto de um dos agentes envolvidos neste tipo de refrega. a menina dos óculos terá netos. o menino dos óculos, também. um poderá cair no desvão da doença e matar o bisneto do outro. ou o outro do outro, sempre me confundo.

a guerra civil é visível. no outro dia, tornou-se meridiano para mim a divergência que mantenho em amplas discussões com um colega (colega?, um amigo que sabe muito mais eu!). ele defende ação do estado na produção. eu defendo que a ação seja prioritária na produção de bens públicos e bens de mérito. e defendo que todo o patrimônio público chamado de "empresas estatais" seja transformado em um fundão de quotas distribuídas ao brasileiro, ao nascer, intransferíveis, que podem, isto sim, ser alugadas. um amigo de meu amigo disse que eu sou reacionário. outro disse que eu sou revolucionário. eu disse que tá tudo explicadinho aqui neste blog ou nas partes de minha autoria do livro de contabilidade social. e no livro "A Cura da Época Futura" e em milhares de bilhetinhos que tenho espalhados pelas gavetas de minha casa e seu anexo.
DdAB
ops: procurei "crack mormaii", pedida irreverente. caí num blog maneiríssimo: aqui. nem sei se os óculos são mesmo Mormaii. eu tenho umas tiras que os sustentam sobre os ombros, mesmo em casos em que se perde a cabeça. hipótese corriqueira no sistema judiciário e seu aliado, o sistema legislativo.

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