29 agosto, 2010

A BAM, o empreededorismo e as eleições

querido blog:
teremos eleições dentro de um mês, não é mesmo? os preparativos, a formação de programas partidários, a busca de alianças que refletissem afinidades ideológicas, aquela conversa toda, foi superada. pelo que entendi, a essência da busca das alianças foi a posse de "minutos de mídia" por parte dos diferentes partidos.

nanico que se preze nem chegou a ser convidado pelos grandes. os grandes, que já eram sacos de gatos, como é o caso do PMDB, tornaram-se verdadeiros circos de horrores (no sentido da esclamação francesa "une vraie horreur"...). mas cabe o registro de um nanico que arregimentou a candidatura de Marina da Silva, que -por seu turno- capturou os menos de 10% dos votos do eleitorado postado mais à esquerda do espectro político. e assim condenou-a a história.

programa dos candidatos? em breve começarei a escarafunchar na Internet, para ver se localizo algo da dupla polarizada Serra-Dilma. do primeiro, já ouvi cada promessa de corar o chefe do Tesouro. da mulher dele, ouvi uma diatribe contra a renda básica universal. por estas e por outras, já ouso prever que Serra fará menos de 10% dos votos, lançando a chapa Má/rina/Serra. dizque Serra andou esbravejando contra o sindicalismo de Lula e considerando-o ainda mais perigoso (?) do que o sindicalismo de João Goulart, um dos pródromos alegados para o golpe militar de 1964, que consagrou a primeira ditadura verdadeiramente eletiva da história do Brasil.

programa da companheira Dilma? tem muita coisa, que não acompanho. terá coisa no site que irei escarafunchar. mas tem algo que quero referir hoje. inspirando-me no que desejo falar, localizei uma turminha do barulho aqui. o sem-copo do "hang loose" é consagrado autor alemão, que passou os muitos últimos anos de vida em Londres, tendo lá desencarnado e sido sepultado no Cemitério de Highgate (mas, para visitar, desça na parada de Archway).

que teria dito ele sobre a candidatura de Dilma? se bem entendi na leitura que fiz de uns bouquês de flores que vi ao lado de sua tumba, ele diria: vamos substituir o governo dos homens pela administração das coisas. e que responderia lá ela? claro, Marx, e vamos -no processo- criar o Banco Nacional do Empreendedorismo.

eu nunca entendera direitinho o que é dialética, nem -sob este ponto de vista- ao ler o maravilhoso livro de Carlos Roberto Cirne-Lima. mas achei que a melhor maneira que a candidata vencedora das próximas eleições teve de aplicar seus conhecimentos sobra a obra de Karl Marx e associados (talvez nenhum de respeito posando para a foto carnavalesca acima) foi mesmo destruir o aparato estatal criando novo organismo estatal.

mas também pensei, usando drágeas do pensamento funcionalista e da teoria da grande conspiração, que a intenção da criação voltada à destruição poderia estar encaminhada a substituir o programa bolsa-família (de dar dinheiro a pai de criança em idade escolar) pelo programa renda básica. e seu dourado derivativo, a brigada ambiental mundial. nesta, como sabemos, neguinho (diria nossa companheira Dilma) devotará:

.a. três horas de ginástica por dia para manter sua coluna ereta
.b. três horas de aula por dia para manter sua mente quieta
.c. três horas de trabalho comunitário por dia para manter seu coração tranquilo.

neste período de nove horas, ele/ela/indivíduo-humano poderá pensar em suas habilidades empreendedoras e desenvolvê-las ainda mais agudamente. que ganha a sociedade financiando a brigada ambiental mundial? ganha a perda dos moradores de rua, pois eles serão declarados empreendedores e serão despidos de seu caráter de caroneiros das benesses urbanas, passando a contribuir para sua conservação e manutenção. nunca mais papeleiros, nunca mais marginais, nunca mais crimes movidos pela fome ou pelo vício. o controle social sobre a população jogou essa turminha no oprópio, no vício e nas condições de vida compatíveis com o oprópio e o vício. quem deve mudar é o controle social, para fazer a população mudar!

se você puder, vote diretamente em Marx ou Engels (nunca em Lênin, Stálin, Mao-tse-tunz ou Fidel Castro). se não for possível, não vote em ninguém, anule o voto ou nem vá votar!
DdAB

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