17 julho, 2010

Instituto Bárbaro

querido blog:
hoje deu-se algo inusitado em matéria de postagens. eu ia fazer uma resenha das notícias das páginas policiais de Zero Hora, pois achei exagerados os trabalhos dos melientes (detentores, claro, de empregos precários, no assassinato, na chantagem, no sinal, no trotoir...) e ridículas as estratégias dos políticos (id est, ladrões) encarregados de gerir a cidade. mas, para não me deixar postar o que eu queria, talvez ligeiramente mais trabalhoso do que agora executo, a notícia que transcrevo ipsis litteris é chocante por si só:

17 de julho de 2010 N° 16399 ARTE OU PICHAÇÃO: Cor e polêmica no ponto de ônibus. Sem autorização da EPTC, pinturas em bancos improvisados em paradas já foram removidas. Quando Muriel Amaral foi pegar o ônibus para ir ao Centro da Capital, às 12h de ontem, deparou com duas privadas na parada de ônibus localizada na Rua 24 de Outubro, próximo ao Parcão. No lugar dos painéis de propaganda destruídos por vândalos, surgiu misteriosamente um banco de madeira, com a inusitada pintura. Entretanto, o trabalho assinado pelo Instituto Bárbaro não durou muito tempo. Na noite de ontem, as ilustrações não estavam mais nos pontos de ônibus. Os artistas não foram localizados pela reportagem. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), as normas técnicas não permitem que obras de arte sejam colocadas em espaços públicos sem autorização prévia do município. Foi a EPTC que constatou o desaparecimento das obras quando foi retirá-las dos locais. Apesar de efêmera, as paradas coloridas agradaram os passantes. Luciane Vieira, que trabalha em um café em frente à parada, resumiu o sentimento de alguns porto-alegrenses que apreciaram a obra: – É muito legal. O pessoal que vem aqui no café adorou. Quem sair atrasado no início do dia para pegar ônibus na Praça Carlos Simon Arnt, conhecida como Praça da Encol, pode ter um lugar reservado. Neste ponto, os artistas misteriosos pintaram a seguinte mensagem: “assento preferencial para quem não caprichou no café da manhã”. Na Ramiro Barcelos, uma outra parada tinha o desenho de um travesseiro e um cobertor xadrez. O fotógrafo Marcelo Andrade, que trabalha no local, disse que a intervenção deu um ar nova-iorquino para Porto Alegre. Ele contou ter visto intervenções semelhantes na cidade americana. – Em Nova York, é muito comum transformar o cotidiano em arte – disse o fotógrafo, aprovando a ideia.

fiquei boquiaberto. achei que nem precisava falar de polícia, pois a incompetência da administração municipal de Porto Alegre já era um caso de polícia por si própria. numa das pranchas de madeira que vi, inscrevia-se "Instituto Bárbaro". o trabalho, obviamente, tem fundo anarquista e o "governo dos homens" não pôde conter-se, teve que censurar. censuro-os eu agora!

DdAB

captura da imagem: o "Instituto Bárbaro" da prancha da figura de Zero Hora, no Google, rendeu 30 entradas, nem todas relacionadas com a matéria de ZH. no Google Images, v eio o seguinte, com direitos autorais reservados: http://img257.imageshack.us/i/render3.jpg/. e aquele estádio ali parece o do Pescara.

captura do texto: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2974444.xml&template=3898.dwt&edition=15109&section=1003

2 comentários:

Adalberto de Avila disse...

Estranho, cara, muito estranho este troço todo!
.A.de.A.

Anônimo disse...

anônimos, nada. eu conheço um dos caras. e não são anarquistas, ô, mané. são caras de famílias bem abonadas.