26 janeiro, 2010

Vida de Campo

querido blog:
é brabo a vida de campo. é brabo nadar de poncho. é brabo nadar de poncho e mergulhar de guarda-chuva. água morro abaixo e fogo morro acima: forças inexoráveis. que podes fazer se te antepões a forças inexoráveis? deixa a água correr, deixa o fogo morrer. pode escrever errado para dizer que quem está dizendo são os outros, que diriam errado anyway?

por outro lado, diziam-me: "se eu não me queimo, se tu não te queimas, de onde surgirá a chama?" eu pensei em fazer minha parte, mas sobrevivi. pensei ter-me sentido culpado por ter tido amigos que se foram com a guerrilha. como, parece, ouvi de Zé Kéti, que era arrimo de família, um troço assim, que por estas ou outras sinuosas e pouco bélicas razões, não teria vindo fazer a Campanha da Itália, mas ficara "batendo perna no quartel", que devia ser bem situadinho no Rio de Janeiro.

por outro lado, entendi que os regionalismos são fascinantes e nem todos originam-se de nossos antepassados índios. será que todos sabemos o que é um poncho? e pubar? uma puba, do tupi, é algo fermentado. em particular a mandioca dada para animais atualmente ainda é deixada "a pubar" uns dias antes de ser-lhes servida. a internet Google Images deu-me a imagem acima.

por outro lado, entendi que um menino que circula elipsóidemente (então não circula, não é?) passou a odiar coraçãozinho de galinha servido no espeto, pois soube que o animal que o fazia pulsar já morrera. teve certa repugnância em ver-se envolvido com o cadáver de uma galinha. e lembrou-me -a história- de Albert Schweitzer, que disse ter-se tornado vegetariano, ao perceber que ser onívoro significava comer cadáveres.
DdAB

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