13 agosto, 2009

Yeda e o Bacen

Querido Blog: postagem extra!
Por razões estranhas, apenas agora li o artigo da Governadora Yeda Crusius, comemorativo ao dia do economista. Profissão antiga cuja regulamentação governamental ocorreu no dia 13 de agosto de sei-lá-quando, talvez 1954, é só olhar. O que olhei foi a data de criação do Banco Central do Brasil: 31.12.64, lei 4595. Razões menos estranhas levaram-me a pensar no artigo "Florentinos" que li há milhares de anos, na revista "Veja" e assinado por Luiz Fernando Veríssimo. Nos "Florentinos", se me não falha a memória, as conspirações de um dos berços do Renascimento ocorriam altaneiras, com facadas nas costas, veneno na boca, essas coisas e a sensação de normalidade acudia a todos. No artigo de Yeda, nada há que leve a pensarmos que ela vive em palpos de aranha, com uma oposição tão estúpida quanto a situação. Ela, lírica, comemora seu idealismo, preocupações distributivas que levaram-na a inclinar-se pelo estudo -eu disse "estudo"?- da ciência econômica.

Yeda não tem sorte, hoje sabemos sobejos. Disse ela: "Nos anos 60, fui apresentada ao que era Economia [...]". Depois é que vem chumbo grosso:

Logo ali em frente, com a mudança administrativa, desenhava-se o Brasil como um país que, entre outras consistentes mudanças, começava a possuir um Banco Central, uma estrutura tributária que separasse as funções federativas, uma opção pelo planejamento como instrumento vital de escolha e realização de prioridades, através da construção dos orçamentos públicos.

Pensei: "epa, não é o Brasil". Ali em frente? Era 1965 ou após? A mudança administrativa era a lei 4595? Ou era o Ato Institucional n.1, de 31/mar/1964? Ou tal ato ocorreu no dia 32 ou 33 de março? A República dos Estados Unidos do Brazil deu lugar à República Federativa do Brasil, por causa das piadinhas sobre:
.a. golpe de primeiro de abril
.b. República do Brasil dos Estados Unidos, mentores da "mudança administrativa".

A Profa. Yeda considera que houve consistentes mudanças com a reforma tributária de 1967? Só bebendo! Houve opção pelo planejamento que separasse as funções federativas? Só bebendo! Planejamento? Só bebendo! Lei do orçamento? Só bebendo! Vai faltar cachaça!

Não são muito distantes as razões que me levam a sugerir:
.a. fim dos estados
.b. fim do senado
.c. fim do "Poder Judiciário" e criação do "Sistema Judiciário".

Tu sabe o que o John Kenneth Galbraith (p.271 op cit. elsewhere) disse que o Milton Friedman disse?

[...],Friedman, unlike less sophisticated practitioners of his faith, was not wholly indifferent to the freedom that accrues from having income to spend. To this end, he was the author of the most radical welfares proposal in the years following World War II. The income tax, he proposed, should, as always, diminish to zero as the lower income brackets are approached. And then in the lowest brackets it should return income, the amount increasing with increasing impoverishment. This was the negative income tax, a secure minimum income for all. Not many economists of the left could lay claim to such an impressive innovation.

Ou seja, no dia do economista, desejo a todos:
.a. renda básica universal (com a Brigada Ambiental Mundial).
.b. banco central mundial (aprofundamento do "Acordo da Basiléia").
.c. imposto de Tobin (sobre ganhos financeiros).
DdAB

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